terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Por que pregar no Evangelho de Mateus?

No próximo domingo iniciaremos a nova série expositiva da Palavra do Senhor no Evangelho de Mateus.
E fica a pergunta: Por que o Evangelho de Mateus?
Preparamos um videocast para responder a essa questão.

Ele não veio para pregar o evangelho... Ele veio porque era o evangelho, ele veio para ser o Evangelho!


Aguardamos você para desfrutar dessa linda mensagem conosco.
Deus os abençoe!
Igreja Presbiteriana de Poá em Vila Varela

1 Coríntios se despede... Mateus está chegando!


 Esta é uma semana de transição... Neste último domingo encerramos as preleções em 1 Coríntios. Paulo, apóstolo escritor da carta, escreveu sua despedida, e esta foi alvo das mensagens finais na carta, e assim como o apóstolo Paulo se despediu daquela igreja, nós nos despedimos desta porção do texto sagrado.
Esta espístola nos acompanhou ao longo dos últimos meses e a sensação que fica é a de que fomos acompanhados tanto por aquela igreja, quanto pelo pastor escritor. Sentimos no começo um certo desconforto pelas duras palavras de Paulo, como quem não sabia aonde se queria chegar. No processo de estudo das lições ali encerradas, em forma de mensagem escrita, recebemos a Palavra de Deus e fomos por ela confrontados, confortados e conformados à imagem de Cristo.
Isto foi no começo... Agora, quando nos despedimos desta carta, ainda que na expectativa do quem vem pela frente, fica um sentimento estranho, mas gostoso, no peito. Sentimo-nos como quem se despede de alguém a quem amamos muito agora, de um alguém a quem aprendemos a amar, e muito. Só não é maoir a saudade porque a doce presença de Cristo Jesus, a imagem de quem Paulo nos exortou a viver, conformando-nos a ela, conosco está e nos acompanhará doravante para todo o sempre.
A despedida foi um apelo amoroso e carinhoso para que nos dediquemos ao amor e as boas obras, em resumo. Coisas que certamente precisamos aprender, mas que, uma vez tratadas tantas outras como foram no decorrer desses meses, olhamos para o futuro com esperança de que conseguiremos prosseguir mais perto do ideal do que antes estávamos.
Ficaremos com saudades de voces, irmãos coríntios. Ficaremos com saudades de sua maneira peculiar de ensinar, apóstolo Paulo. Mas nosso coração se aquece quando lembramos que também ficaremos com Deus... e que venha Mateus!

domingo, 13 de novembro de 2011

Jesus, a Tentação no Deserto e o Jejum

Quando Jesus estava no deserto, levado para lá pelo Espirito Santo; ele não estava há 40 dias sem coca-cola, ou sem seus biscoitos preferidos. Ele estava sem comer e beber. Ele estava em jejum. Ele estava se privando daquilo que é essencial à vida humana fisicamente falando, para que ficasse claro que o que é realmente essencial à vida é Deus. Física ou não, a vida sem Deus não vale à pena. Jesus estava faminto por Deus. Ele deseja ardentemente a Sua presença, o retorno à glória que antes tinha com seu pai. Ele se colocou voluntariamente sob aquela condição para vencer uma vitória com requinte: Não caiu em tentação, ele livrou-nos do mal.
Jejuar é isso: estar disposto à morte se não sentirmos a presença real de Deus. É abrir mão daquilo que é essencial, para dizer, com gestos e atitudes: Deus, tu és melhor que a comida ou bebida. Minha alma tem sede de ti. Tu és minhas delícias eternamente! Tua graça e presença me bastam.
Não só de pão viverá o homem, mas toda a Palavra que procede da boca de Deus!
Jejum é dizer sem palavras que estamos tão insatisfeitos sem a presença de Jesus, que abrimos mão de tudo, inclusive daquilo que nos sustenta, para manifestar esta insatisfação.
Você pode, segundo o princípio do Jejum, dedicar-se a Deus retirando aquilo que lhe dá prazer, como quem diz ao Senhor que seu prazer está na Sua lei, e nela você medita dia e noite. Você pode se privar daquilo que gosta em devoção a Deus, consagrando-se em santidade ao Senhor. Mas só será Jejum quando você abrir mão de algo vital, sem o qual a vida não é possível, como o alimento. Aí você terá feito jejum, aí você terá dito que a Palavra de Deus é o seu alimento, e esta lhe desce pela boca doce ao paladar, como um dia o disse Ezequiel.
Deus abençoe!

sábado, 15 de outubro de 2011

Dom de línguas: Entender é preciso!

Estamos chegando ao final de uma série que se originou do capítulo 14 da carta de Paulo aos Coríntios, o que sinaliza que estamos perto do fim da carta também...

Esta capítulo fui grandemente edificante, e estudá-lo foi esclarecedor. 

Aprendemos que o princípio da edificação continuou como a regra áurea reguladora do exercício deste dom, como regulava os demais. Sem edificação para a igreja, qualquer dom é dispensável.

Especificamente sobre o dom de línguas em relação à profecia, o que Paulo deixou bem claro é que entender é preciso, ou seja, quem entra na igreja tem que entender o que acontece lá dentro, tem que entender o que está sendo dito, senão não há edificação, nem bênção, nem glória a Deus!

As línguas aqui na Carta em 1 Coríntios são entendidas e julgadas conforme o crivo estabelecido pelo primeiro episódio, aquele que aconteceu em Atos 2. Como a história prosseguiu e os acontecimentos foram se dando, coisas novas e desafios novos foram aparecendo. Seja lá o que estava acontecendo em Corinto, aquilo precisava ser esclarecido e regulado. Paulo, pastoralmente trata inúmeros problemas daquela igreja, inclusive o mau uso dos dons, muito especificamente o dom das línguas.

O que ficou claro é que o dom de línguas, por ser um sinal para o incrédulo, tinha que obedecer as normas do pentecostes, ou seja, por se tratar de um idioma humano, e por serem cumprimento de profecias do passado, era absolutamente necessário que tudo o que fosse dito através destas línguas, fosse completa e claramente entendido. Entender era preciso!

Depois de termos visto tanta coisa, ainda nos resta saber qual uso será o uso correto deste dom. Saberemos neste domingo. 

Não nos esqueçamos, porém, da profecia que conforme Paulo ensinou, é um dom que precisa ser procurado mais do que o dom de línguas. À medida que estudamos constatamos que o nosso tempo difere muito pouco do tempo de Paulo. O que nos anima dizer que o que valia para aquela época vale hoje... embora disto já soubéssemos desde muito tempo, mas vale à pena lembrar!

Bom, que surpresas nos esperam no capítulo 15 de Coríntios? Ao que vierem e ouvirem, não haverá mistérios... ao que perderam ou perderão, o mistério permanece. Por isso o convite: Venha!

Que Deus a todos dê de sua presença excelsa!

1 Co. 14. 13-25 - É Proibido não Pensar!

sábado, 8 de outubro de 2011

Congresso Fiel – o que aprendemos

Deus nos agraciou com a permissão de desfrutarmos de momentos preciosos no congresso da Editora Fiel deste ano. Além das grandes bênçãos que envolvem o reencontro com amigos queridos, desta e de outras denominações, além da oportunidade enriquecedora de ouvir preletores internacionais e nacionais “de igual calibre”, além da comunhão e congraçamento que estas oportunidades proporcionam, há algo que a tudo supera: o conhecimento de Deus em sua Palavra.

Neste dias, tivemos a oportunidade de ver como desde o princípio Deus estava comprometido com sua glória e como este compromisso com sua própria glória abraçava o ideal de resgate do perdido e rebelde, que perfaz o âmago das missões. Vimos que é possível ter no coração acesa a chama do amor à missão evangelística, ao passo que vimos que esta chama se apagará se o fogo do fervor missionário evangelístico não for alimentado com o correto combustível bíblico, que é o interesse em ver a Glória de Deus manifesta em e sobre todos os povos, cobrindo-nos a todos como as águas cobrem o mar.

Tivemos também e oportunidade de rever que a verdadeira motivação para evangelizar “missionariamente” tem origem em Deus e em seu movimento redentor em nossa direção. Reaprendemos que, diante de nosso hediondo pecado, Deus está em manifestação da sua justiça, irado contra o homem que trocou a tão preciosa glória de Deus, em mentira e glórias menores, inferiores. Usando de um pouco de liberdade, se Jesus nos chama para exalar o seu bom perfume, sentimos no ar o cheiro de vida, e não cheira a arminianismo não! Mas depois de Gênesis 1 e 3, Romanos 1 e 9 e todo o livro de Jonas, não há como restar ainda resquícios do odor arminiano, salvo se não usarmos este cheiroso perfume calvinista, para relembrar a bem humorada piadinha de Stuart Olyott.

Esta conferência se propõe a falar da proclamação do evangelho para a alegria das nações; mas no final, o que realmente temos visto é que a alegria das nações não passa de um efeito colateral, desejado e proposital, sim, mas não é como alvo principal. Deus tem maior interesse na manifestação de sua própria glória. Fomos criados para glorifica-lo. A salvação em Cristo aconteceu para louvor da glória de sua graça. A graça revela a glória de Deus na cruz... tudo que  tem nos conduzido à evangelizar tem suas razões no fato de que Deus nos criou para sua glória, e enquanto esta não é manifesta em todos, é nosso dever proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas, para sua maravilhosa luz!

Mas é aqui é nossa atenção deve acender suas luzes mais intensas: é na manifestação da glória de Deus que nossa felicidade e alegria residem. A busca das nações em alegrias banais e passageiras deve não somente no comover, mas no mover em sua direção apresentando uma felicidade e alegria que fluem da manifestação da graça de Deus na cruz de Cristo, para louvor da sua glória. Afinal, missões existem porque o culto não existe conforme deve existi... o alvo é a adoração de um Deus glorioso que nos amou, a nós, que não merecíamos, enquanto Ele, não estava obrigado a amar. A sua glória é o nosso maior bem e satisfação. Não sabemos disso até sermos conduzidos aos pés da Cruz e contemplar a glória lá revelada.

Deus nos abençoe e mova para que seu nome seja santificado entre as nações, para alegria deles e nossa, para louvor da Glória da Graça de Deus mesmo!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Deus se revela ao perseverante: Gênesis 32-33

O texto que estudamos nas últimas duas quartas-feiras compreende a história que imediatamente antecede e sucede o famoso evento ocorrido no vau de Jaboque: a luta de Jacó com Deus. Relembremos a tão rica história:

Chamado para retornar à sua terra, Jacó e sua família parte das bandas de Labão rumo às terras em que moravam seus pais e irmão. Este fato trouxe desconforto mui grande ao patriarca, pois teria que se encontrar novamente com aquele que o jurou de morte, Esaú, de quem havia roubado a bênção paterna. Lembro-nos que fora diante das ameaças de morte que a Mãe encomendou a viagem que Jacó empreendeu rumo a Parã.

Jacó vem sendo alvo da atuação de Deus, gozando de Seus cuidados e Sua proteção. Enquanto a história de desenrola, Jacó é transformado pelo Temor de Isaque! Mas isto ainda não está claro, e não se tem evidências concretas destas mudanças. Deus proporcionará os elementos que fundamentarão a afirmação de que Jacó mudou, inclusive, incluindo a mudança de Seu nome, de usurpador, para príncipe de Deus!

Jacó esboça seus temores de reencontrar com Esaú e prepara o encontro enviando uma carreira de presentes para seu irmão. Como um marido quando quer amolecer o coração da esposa, espalha por seu caminho os presente e agrados até que o encontro aconteça. Jacó enviou vários pequenos rebanhos diferenciados e instruiu: Quando Esaú perguntar, diga que tudo o que vê é dele, que é presente meu, e que venho pelo caminho encontrar-me com ele…

Jacó pensava poder comprar o perdão do irmão com presentes. Favor se recebe, não se paga por ele, mas Jacó planeja mesmo assim, movido por seu temor de homens. O temor de Homens (Esaú) nos foi revelado pela oração que ele mesmo. Tal como as nossas orações, ela não é pura, mas misturada de piedade com temores humanos… É bom que se diga que esta é a primeira oração registrada nas Escrituras, e é justamente Jacó quem a faz!

No meio do caminho Deus resolve revelar a Jacó e a nós o que vem operando internamente, mas que ainda não se tem evidência externa indubitável. A transformação progressiva do coração é evidenciada externamente por um novo nome. Jacó entra no vau de Jaboque, mas é Israel quem sai dali!

Jacó enfrenta um homem até ao amanhecer. Deus lhe aparece teofanicamente. Este jogo de palavras é importante ter em mente, pois o lugar batizado por Jacó será Peniel. "Panin", em hebraico significa face. Peniel significa “face de Deus”; nome dado inspirado na ocasião em que, ignorante ou não, Jacó vê a face de Deus e espantosa e inexplicavelmente sai vivo! Teofania carrega em si a mesma ideia: Deus se mostrar visivelmente. Este “homem”, teofania divina (Deus assume temporariamente forma visível), ao amanhecer, após longo embate, simplesmente toca na articulação da coxa de Jacó, debilitando-0 grandemente, mas além do esperado Jacó insiste que não deixará ir o “homem” até que lhe conceda sua bênção. A perseverança de Jacó é admirável!

Deus lhe pergunta do seu nome. Naquele momento, quase que podemos ver Jacó abaixar a cabeça envergonhado de ter que enfrentar sua identidade; identidade esta que ele estava disposto a abandonar, pois não mais queria ser “Jacó”, o enganador. De fato, Deus lhe muda o nome inspirado pelos últimos acontecimentos. Israel carrega em si, em sua raiz, a palavra “Sara”, que pode ser traduzida por “ princesa”, tanto quanto por lutadora.

Após este encontro, finalmente Jacó encontra-se com Esaú, já não mais como Jacó, mas como Israel. A diferença está na postura. Jacó enviou presentes para comprar o perdão. No meio do caminho ele descobre uma coisa chamada GRAÇA. Nas palavras de Jacó, vamos por hora definir assim: Graça é quando “vemos a face de Deus e vivemos…”. Israel é consciente disso e apresenta-se humilde diante de Esaú, e o ritual de vassalo quando encontra seu senhor é executado no começo do capítulo 33. Esta é a postura do arrependido que se encontra diante de Deus: desde de longe vem gritando sua culpa, admitindo que está errado! Mas ao se aproximar de Esaú, Jacó é surpreendido pelo perdão!!!

Agora Jacó insiste que Esaú lhe aceite os presente ofertados. O objetivo agora mudou: não mais se prestam a “comprar” o perdão, mas em expressar sua alegria de ter sido perdoado. Anteriormente Jacó, movido pelo temor de homens – que gera idolatria – ofereceu sacrifício de pecado; mas agora, perdoado, ele quer oferecer sacrifício de louvor! É bom que se observe que a “teoreferencia” é explicitada por Jacó, isto é, sua atitude tem “referência” em Deus, pois ele compara o perdão que Esaú lhe concede com o perdão que recebeu de Deus: “Vi sua face como a de Deus”! Jacó viu no olhar de Esaú a mesma expressão graciosamente perdoadora que viu em Peniel – Jacó estava sendo tratado diferentemente do que merecia.

Este é um texto que fala sobre GRAÇA. A luta de Jacó serve como uma “dobradiça” que une eventos parecidos, porém diferentes entre si. Antes temos uma Jacó que precisa ser perdoado, mas acredita que possa comprar este perdão. Após a luta, ele é um homem já perdoado por Deus, que sem entender recebe a graça e folga nela! Não quer mais comprar perdão porque entendeu que perdão não se comprar, você enfrenta quem precisa lhe perdoar e espera pela graça!

Lições que aprendemos – um resumo

Pedir perdão é apresentar-se em humildade. Lembre-se: se você estivesse certo, não pediria perdão, portanto, não apresente justificativas… apresente-se ao justificador!

Aprendemos também que os temores que temos são melhores enfrentados em oração. Nossas maiores batalhas serão travadas na arena do coração, e a arma a ser usada é a oração!

Perseverar é mais que pedir: é perseverar. Uma das coisas que aprendi, logo no começo da carreira teológica, é que só se persevera perseverando… Jacó foi além, até onde não se esperava ir… a acomodação medíocre e pecaminosa é a razão de muitas pessoas não “lutarem” com Deus. Ele quer ver as mudanças e elas aparecerão quando perseverarmos!

Agora sabemos que Deus, quando opera mudanças internas, estas devem ter expressão visível externamente. Deus muda o coração e as atitudes. Um sem o outro não existe: atitude sem “coração” é farisaísmo. Coração sem atitude é emocionalismo…

Aprendemos também que o perdão de Deus deve ser gozado: e este gozo nos leva a perdoar e ser perdoado pelos homens também! O perdão acaba com a guerra, traz paz, reata os laços, transforma situações!

 

quinta-feira, 24 de março de 2011

O governo abençoador de Deus sobre os homens bons e maus

Bençãos, povo de Deus!


Hoje vamos meditar num porção razoavelmente longa, pouco conhecida, mas rica em significado. Esta é a história da despedida de Jacó da casa de Labão. Este, sogro e tio, usou de muita má fé com Jacó. A história de hoje nos reserva momentos de grande indignação, alguns risos, e esperança no que Deus tem reservado para aqueles a quem quer bem.


Nosso texto começa com o anúncio da partida de Jacó (Gn 30.25-26). Jacó entende que este é o tempo que deveria sair daqueles terras e retornar para seu lugar de origem. Provavelmente após os 14 anos que trabalhou por suas esposas. É importante notar que durante todo este tempo e depois de tudo o que passou, Jacó nunca se entendeu como um participante daquela cultura. Jacó se refere a Canaã como "meu lugar e à minha terra", mostrando que lidou com Arã como terra estranha, e se via a si mesmo como um peregrino!


Labão pede que fique: Labão demonstra um correto entendimento, unido a uma terrível egocentricidade. Labão sabe que a ausência de Jacó redundará em ausência de bênçãos, pois o que ele tem experimentado de riquezas e prosperidade vem do Senhor, e é em virtude do amor que Ele tem por Jacó. Suas razões egoístas comtemplam estes elementos, e você pode conferir em Gn.30.27-30.


Jacó percebe que se for construir sua vida agora, nada terá, e aceita a oferta insultante e humilhante de Labão e eles acertam o $alário: Jacó pede que se separe dentre o rebanho de Labão os animais malhados, salpicados e listados. Estranhamente Labão concorda de pronto! Tudo não passou de um estratagema para enganar Jacó, mais uma vez... Tão logo selaram o trato labão trapaceia (Gn 30.35-36), e sordidamente separa do rebanhos os animais que configuravam no trato e os dá a seus filhos, roubando de Jacó sua porção, e os separa 3 dias de jornada, para que Jacó não percebe a trapaça. Labão somente esqueceu-se que Deus tudo vê, e mais à frente Ele o dirá a Jacó...


Nosso texto prossegue relatando o que Jacó fez diante de todos os fatos: trabalhou sem murmurar! Jacó dá início ao seu laborioso trabalho (Gn 30.37-43), e o texto resume a questão dizendo que desta forma Jacó acumulava grandes riquezas!


No capítulo 31, a família de Labão, tão ordinária quanto ele, e igualmente gananciosa, via que a cada dia Jacó enriquecia, ao passo que Labão caminhava rumo à bancarrota. Jacó percebe que a coisa não estava boa para o seu lado, e interpreta os fatos entendendo que Deus foi o autor que agiu providencialmente em seu benefício! (Cf. Gn 31.1-13)


Jacó apresenta sua interpretação para as esposas, e elas concordam com Ele (Gn 31.14.-16). Elas reconhecem aqui que foram tratadas como mercadorias, e portanto, vendidas à Jacó que por elas trabalhou arduamente. Elas percebem que seu Pai houvera gastado o "valor" que seria referente aos dotes. Isto porto, Jacó levanta acampamento e parte das terras de Labão rumo ao seu lar (Gn 31.17-21).


Neste ínterim, Raquel, que já havia demonstrado idolatria vinda do íntimo do coração, rouba furtivamente os ídolos do lar de seu pai (Gn 31.19). O problema real e grave é que Raquel abrigava aqueles ídolos em seu coração, e ainda que estivesse disposta a deixar sua casa, suas coisas e até seu pai, não estava disposta a deixar seus ídolos! Ela cria que de alguma forma, os deuses de seu pai a abençoariam, por isso ela os levou. Talvez ela cresse que houvesse um Deus que governava a terra, mas estava muito distante e inacessível para que ela o manipulasse a favor do seu conforto. Repare que Raquel pecou para conseguir o que queria e pecou para manter o que obteve. Ela queria um deus que lhe desse o que ela pensava precisar, um deus que ela pudesse roubar, que pudesse esconder. Ela queria um deus que pudesse levar na bolsa!


Labão sabe do ocorrido e sai no encalço de Jacó e sua família (Gn 31.22-24). Como eu disse no estudo bíblico, não me perguntem por que Deus resolveu falar com Labão. Sabemos somente que Deus é soberano, fala com quem quer, e faz tudo conforme lhe apraz. Outrossim, é bom saber que Deus é o Deus de toda a terra, e não somente dos cristãos...


Num momento irônico e bem engraçado, Labão tenta repreender a Jacó. Quase que é possível ver o rosto de Jacó esboçar um rido ligeiro ante às palavras de Labão: "Por que fugiste ocultamente, e me lograste, e nada me fizeste saber, para que eu te despedisse com alegria, e com cânticos, e com tamboril, e com harpa?" Podemos imaginar uns motivos, não?!?!?


Labão está mais preocupado com seus ídolos, e investiga o acampamento de Jacó. Ele não irá encontra-los porque Raquel está sentada em cima deles! Ela mente que está menstruada para que seu Pai não tente apalpar e por fim encontrar o que está perdido!


Visto que nada foi achado, Jacó prova sua inocência em todos os casos, desde a aquisição das esposas até a presente situação (Gn 31.36-42). Jacó e Labão fazem uma aliança (Gn 31. 43-55) e na saída, Jacó batiza o acampamento de Maanaim. Isto é bastante significativo, pois Jacó, embora com seus muitos erros, é um homem disposto a sempre que pode, reconhecer que Deus se achou em seus caminhos. Mais tarde o sábio registrará "Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. (Pro 3:6 ARA)". Jacó cria nisso e Deus cumpriu em sua vida esta promessa!


Jacó também experimentou o que Deus revelou a Moisés e este registrou no livro de Deuteronômi, cap. 28: Tanto as bênçãos quanto as maldições possuem o mesmo cabeçalho: "virão e te alcançarão". Se por um lado é muito ruim saber que não o que se possa fazer para se livrar das maldições decorrentes da quebra da lei, por outro é altamente consolador e bendito saber que também não há o que se possa fazer quando Deus quer abençoar alguém! As bençãos correm e alcançam, e pronto final! Não há pecado, trapaça, ou qualquer força criada ou imaginada que possa impedir Deus de abençoar a quem ele quiser fazê-lo!!!


Então...

Vivamos como peregrinos nesta terra;

Não murmuremos antes às justiças sofridas, Deus tudo vê e de todos é juiz;

Reconheça ação providente de Deus em sua vida;

Entregue seus caminhos ao Senhor;

Fuja dos ídolos!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Entre filhos e ídolos

A história

Na última semana estudamos o final do capítulo 29 de Gênesis e avançamos 26 versículos no capítulo 30. A temática da providência se unirá a outra que caminhará conosco doravante: idolatria no coração. Repare que tem que ser assim: Moisés está caminhando com o povo pelo deserto e lhes contando a história de seus pais, na fé e na raça. Eles não seriam somente tentados à idolatria pelos deuses exteriores com os quais estavam acostumados no Egito, mas também por todos aqueles menores que poderiam carregar tanto nos bolsos, quanto no coração!

Jacó se via dividido, não somente por estar casado (1 Co 7.34) mas principalmente por estar casado com duas irmãs que eram rivais! O engano de seu pai fez com que estas duas irmãs acabassem por ter a Jacó como marido e a luta por seu amor e atenção, pela primazia no lar e a constante disputa na concepção dos filhos deu àquele lar inúmeros exemplos de como nossos sentimentos idólatras podem nos cegar frente às maiores bençãos... Raquel e Lia, esposas de Jacó, por causa de seus desejos corrompidos, tornaram a grande bênção da maternidade num joguete para concentrar em si o amor do marido.

Os filhos de Lia (primeira fase)

Nesta primeira fase, Lia concebeu e deu à luz 4 filhos: Rúbens (que significa: Ele viu minha tristeza), Simeão (aquele que ouve), Levi (Unido) e Judá (Ele será louvado). Embora os significados dos nomes fossem redimidos pelo Senhor, sua motivação foi a mais egoísta possível. Por exemplo, Levi, que poderia significar que Deus estivesse mais unidos à família, ou coisa semelhante, na verdade dizia respeito ao desejo de Lia de ter a Jacó unido mais à ela que à irmã (vs.34). É somente quando concebe a Judá que ela se lembra do Senhor. Curiosamente é do tronco de Judá que sairá o Messias!

Os filhos de Bila

Vendo Raquel que os anos passavam e seu ventre não frutificava, ofereceu Bila, sua serva para que através dela tivesse filhos. De Bila lhe nasceram então: Dã (Juiz) e Naftali (Luta). Novamente os nomes apontavam para a rivalidade entre as irmãs. Mais um exemplo disso é Naftali, pois com grandes lutas Raquel vinha competindo com a irmã (vs.8).

Os filhos de Zilpa

Para não ficar para trás, Lia também oferece sua serva, Zilpa, e dela lhe nascem: Gade (Boa sorte!) e Aser (Feliz). Nem é preciso dizer que os nomes continuam apontando para a rivalidade crescente entre as irmãs, não é?

Os filhos de Lia (segunda fase)

Esta segunda fase aconteceu graças a um terrível trato entre as irmãs rivais. Rúben, filho mais velho de Lia voltava do campo com mandrágoras, planta usada, entre outras coisas como um afrodisíaco, quando Raquel lha pede. Lia se indigna, mas cede ao torpe trato de alugar o marido pela planta em troca de uma noite de amores. Lia aceita de desta situação e volta a engravidar, dando à luz: Issacar (recompensa) e posteriormente Zebulom (honra).

O filho de Raquel

Finalmente Raquel concebe e dá à luz José (possa ele acrescentar).

Rivalidade idólatra

Podemos achar, enganados, que esta história fala de amor, do amor das esposas pelo marido... ou a busca dele! Mas na verdade, corrigindo a perspectiva, de fato fala de amor, o egoísta amor a si mesmo que estas mulheres demonstraram.
Raquel, antes de oferecer sua serva a Jacó, acusou-lhe de não lhe dar filhos! Sua cegueira era tamanha que entendia que quem privava seus ventre de filhos era o marido. Seu clamor é claramente idólatra; veja no cap.30, vs 1: "Dá-me filhos, senão morrerei".

Desejar ter filhos não é algo mau em si mesmo. É um bom desejo. Mas todo desejo, quando aumenta demais à ponto de controlar nossa vida, passa a ocupar o lugar de Deus. Este controle pertence a Deus, e quando um desejo usurpa este lugar, ele é um ídolo! Raquel acreditava tanto que ela precisava de um filho, que, como seu deus, ele entendeu corretamente que sem ele não haveria vida, e à sua ausência, era preferível a morte...

O ídolo, no coração, tem algumas características que devem ser ressaltadas e que são facilmente vistas nesta narrativa. Primeiro que por definição, todo ídolo promete e não cumpre, logo, ídolos produzem um altíssimo grau de insatisfação. Observe que tanto Raquel quando Lia, e esta última mesmo tendo filhos, não estavam satisfeitas; o que dava sempre prosseguimento à constante rivalidade. A insatisfação idólatra, crescente e egoísta é lamentavelmente vista em todo a sua clareza quando Raquel finalmente concebe. No lugar de uma profunda alegria pela benção de finalmente provar as delícias da maternidade, Raquel olha para seu bebê e só consegue pensar em que "dê-me o Senhor ainda outro filhos"! Apesar de temporariamente alegre, o nascimento de seu filho não satisfez seu coração, que se revelou através da infame afirmação de seu desejo por mais um filho.

Lia também dá mostra de seus desejo desordenados. Quando lhe é oferecido o aluguel do proprio marido, fica claro que Lia tinha mais que olhos "baços", tinha cegueira espiritual: O desejo de ser aceita e ter o amor do marido a cegou. Seu desejo cresceu tanto que ela estava pronta para pecar para obter o que tanto queria: o amor e a atenção do marido só para si! Lia estava irada (vida palesta sobre ira, pois uma coisa que sabemos sobre ira é que, se você está, ou disposta a pecar para obter, ou peca quando não obtem, então temos um sinal de ira presente).

A ironia desta história vai terminar alguns anos depois, quando o Senhor concede à Raquel outra concepção. Mas quando obteve de Deus o que houvera pedido, morria durante o parto. Ela inicialmente nomeou seu filho de Benoni (fiho da minha tristeza). O que ela havia adora e pensado que tratia benção, acabou por causar-lhe a morte! Os ídolos são assim: prometem vida, entregam morte... O irônico é que a mulher que disse "dá-me filhos senão morro", morreu tendo um filho!

Reflexões

De que precisamos tanto nesta vida a ponto de entender nossa existência à partir dela? O que eu preciso ter para que minha vida tenha significado? O que precisamos para ser feliz? Qualquer resposta a estas perguntas que vão além de Deus apontarão para aquilo que tem servido para mim como um deus...

Para vasculhar o coração, é bom perguntar sobre o que nos dizemos "dá-nos isso ou morreremos"?

Por fim, vasculhe também o que você estaria disposto a pecar para obter?

O que nos governa é nosso deus... Se nossos desejos crescerem ao ponto do governo, então os ídolos estão se instalando... Deus tenha misericórdia de nós e ouça nossa oração: Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal!

quinta-feira, 10 de março de 2011

1 Co 7. 25-40 - Para Virgens e Viúvas: Como avaliar o casamento em tempos de tribulação

Gênesis 29.1-30: Vontade do homem e Vontade de Deus

A história desta semana, contada em Gênesis 29, versos 1 a 30 é a história do casamento de Jacó, filho de Isaque e Rebeca. Jacó foi enviado para Harã para encontra dentre os parentes alguém com quem construir a vida.
Num ato de pura providência, Jacó aquieta-se próximo de um poço protegido por uma pedra. Nas proximidades estavam alguns pastores com seus rebanhos ajuntados, recolhidos, e isto num horário pouco comum. Aqueles pastores, vindos da região de Harã não só conheciam a Labão, irmão de sua mãe, como lhe apresentaram sua filha, Raquel, de impressionante beleza física.
Jacó, com força quase sobre-humana, como naqueles episódios em que uma frágil mãe encara um jacaré para salvar os filhos, ou um homem arrasta um carro com as próprias mãos para livrar-se daquilo que o impede de socorrer sua amada esposa, ele retira a pedra de cima do poço e dá de beber à Raquel e aos rebanhos de Labão, a quem Raquel apascentava, por ser pastora. Este encontro providencial é mui semelhantes ao encontro registrado em Gênesis 24.11-33.
Labão é informado pela filha da façanha e convida Jacó a ter com ele. Labão o recebe por um mês como visita, mas no lugar de lhe oferecer uma lugar na família, lhe oferece um emprego. Labão não trata dignamente seu parente, antes o trata como um mero trabalhador.
Um acordo é selado entre os dois e Jacó pede a mão de Raquel em casamento após cumprir penosos 7 anos de serviço. Seu amor e encanto por Raquel era tamanho que o registro bíblico deixa claro que sua paixão ardente consumiu aqueles 7 anos como se não foram...
Mas Labão não houvera deixado claro os limites do acordo nem os costume locais, e bom bases nesses justifica seu engôdo: Lia é quem fora conduzida à câmara de núpcias no lugar de Raquel. Lia era a irmã mais velha de Raquel, a quem faltava beleza física, por ter os olhos "baços". Impossível, pelo menos para mim, determinar do que significava ter "olhos fracos": eram vesgos? Tinha remela? Eram simplesmente feios, caídos? Não se sabe. O que se sabe é que tanto Labão quanto Jacó claramente escolheram Raquel e rejeitaram Lia.
Enquanto o engano se concretiza, a providência se delineia e sela. O tema providência cresce e continua a acompanhar a história bíblica nos próximos capítulos. O casamento acontece, mas quem se casa é Lia!
Um dado a se reparar é que Raquel, a bela, era estéril; enquanto Lia, a rejeitada, fértil. Labão tratou as filhas em conformidade com seus nomes: como mercadorias, animais para se negociar (Raquel significa ovelha e Lia significa vaca selvagem, ao que tudo indica). O resultado inusitado revelava as linhas da providência desenhando um figura mais ampla e revelando as escolhas divinas em contraste com as escolhas humanas.
Deus usaria a filha e esposa desprezada para trazer ao mundo os pais das tribos da linhagem sacerdotal e messiânica. Levi e Judá, pais destas linhagens, são filhos de Lia! Enquanto Jacó escolhia Raquel, Deus escolheu que Lia seria o instrumento para concretização de seus planos redentores, e ainda mais: que Jesus viria da linhagem dela, por meio de Judá!
Estas breves reflexões no texto bíblico renderam as seguintes lições:
A nossa escolha nem sempre reflete a escolha de Deus. Jacó esqueceu-se de consultar a vontade de Deus para sua vida, como muitas vezes também o fazemos...
Deus age providencialmente, levando à cabo seu plano redentor. As nossas escolhas, más ou boas, não determinam a frustração dos planos de Deus. Na verdade, tal como foi com Satanás e suas patéticas tentativas de frustração do plano divino encaminhado Jesus à cruz, acabaram por cumprir o intento Eterno. Deus sempre vence, e o faz maravilhosamente por sua soberana providência.
Deus atenta ao desprezado. Nossos sentimentos de compaixão vem de Deus. muitos pensam que o inverso seja verdadeiro, e que Deus se comova conosco. Na verdade, nossa comoção é um reflexo do cuidado geral que Deus tem para com os desamparados. Este cuidado, embora não seja redentivo muitas vezes, é real e exige de nós mais amparo com aqueles desvalidos com quem Deus se preocupa também!
Semana que vem tem mais... abraços!

Lições da Quarta-feira: Gênesis 27-28

Na semana passada pudemos estudar os capítulos 27 e 28 do livro de Gênesis. Sob o título eleição, providência e soberania, relembramos a história da bênção que fora concedida a Jacó no lugar de a ser para Esaú, o primogênito.

O que vimos?
Vimos que Isaque, pai dos gêmeos, pede seu prato favorito. O texto parece indicar que Isaque estava padecendo de alguma enfermidade que o fez pensar que seu tempo estava no fim. Rebeca, a mãe, ouve o pedido do velho Isaque e dá início à trama, pois uma clara divisão familiar se delineia no texto: Isaque tinha uma clara predileção por Esaú, enquanto Rebeca tinha mais apreço por Jacó.
à princípio Jacó duvida de que o plano materno dê certo, pois teme que no lugar de receber a bênção do pai, pela tetantiva de engano, seria duramente amaldiçoado. Exortado a confiar na sagacidade da mãe, Jacó dá continuidade ao plano. Esaú tinha saído para caçar o alimento para o pai, e enquanto isso Jacó prepara um guisado com o que já tinha por perto. Uma caçada como a que saiu para empreender Esaú poderia tomar mais que um dia inteiro. Tempo mais que suficiente para que Jacó e sua mãe enganassem o pai, Isaque.
Quanto tudo estava pronto e Jacó entra na tenda de Isaque, a cegueira do velho o impediu de reconhecer a Jacó, embora pela voz o tenha identificado à princípio. Insistindo Jacó ser Esaú, o pai confere a pela de ovelha amarrada aos braços e pescoço. O prato é servido e Isaque se delicia com o alimento, pede que o filho se aproxime para um beijo fraterno, aspira o odor das roupas de Esaú, com as quais Jacó estava vestido, e promulga a tão esperada bênção.
Logo em seguida chega Esaú. A fraude é descoberta e por mais que Esaú rogue com grandes rogos por mais uma benção, Isaque invoca uma espécie de "maldição". Irritado e entristecido, Esaú jura de morte a seu irmão Jacó.
Na sequencia, o relato bíblico nos diz que Rebeca, se valendo de seu mau costume, mais uma vez ouve a conversa e trama mais uma vez. Racionalizando seus verdadeiros motivos, convence a Isaque que envie Jacó numa jornada rumo à casa de seus parentes para que não faça como Esaú e se case com alguma filha da terra em que habitavam. Jacó é enviado a Padã-Arã. Esaú piora seu estado casando-se novamente, desta vez com uma parenta de Ismael, irmão de seu Pai.
Jacó acampa num lugar chamado Luz e recebe uma visão, a famosa visão da Escada. Jacó batiza o local de "Casa de Deus", que o que significa Betel.

Comparações providenciais
Repare que assim como Abraão, de Isaque saíram duas grandes nações. Seus filhos foram os cabeças de povos. De Abraão saíram os povos filhos de Ismael e Isaque. Do escolhido Isaque saíram os povos referentes a Esaú (Edom) e Jacó (Israel).
Outras questões nos saltaram aos olhos, como por exemplo, a seguinte relação: Sara, esposa de Abraão, bela e santa, era estéril. A beleza de Rebeca também chamou a atenção, e esta, esposa de Isaque, também era estéril. Muitos anos depois teremos Maria, esposa de José, era virgem. O que estas três têm em comum? Filhos! Em todos os casos houve a ação sobrenatural de Deus, necessária para o prosseguimento do plano redentivo!
Uma outra coisa a se notar é a história que cerca os primogênitos e a divina eleição: Abraão e seu primogênito geram uma história controversa. Seu primogênito não eleito, Ismael, e curiosamente, seu também primogênito Isaque. Mães diferentes, mesmo pai, ambos primogênitos... E Isaque? Também possui história controversa: Seus gêmeos nasceram, mas a Esaú coube a primogenitura. Esta foi vendido a preço de lentilhas, e Jacó, primogênito por contrato, recebe a bênção do primogênito. Em ambos os casos, de Abraão e Isaque, o mais novo foi aquele que o Senhor elegeu para servir como seu agente pactual. Algo importante a se notar, uma vez que a prioridade e a honra sempre ficavam por conta do primeiro filho! Estes casos revelam a soberana Eleição que Deus faz (Romanos 9.10-16).

Lição para nós:
O Deus redentor é um Deus que intervém. Não fora Deus ter agido, não haveria descedência messiânica.
O mundo se divide somente em duas linhagens gerais: perdidos e salvos. curiosa, mas providencialmente, Os dois primeiros patriarcas tiveram dois filhos, e uma clara diferenciação foi feita: um era eleito, agente do pacto; o outro não!
A eleição acontece apesar de nós, e não por nossa causa. A eleição é pela graça e não depende de nossas ações, ou fé, ou qualquer coisa que o valha. Se observamos bem, os eleitos não "valhiam grande coisa", mas Deus os escolheu para lapidar a fé, o comportamente e a moralidade deles.
O Senhor governa soberanamente a História apesar das falhas da humanidade pecadora. Deus não refaz seus planos à partir de nossas astúcias. O que fica bem claro é que os acontecimentos, tortos ou acertados, manchados pelo pecado muitas vezes, cooperaram maravilhosamente para que o desígnio de Deus se mantivesse e sua vontade chegasse à bom termo.
A fé não tem heróis perfeitos. Esta última lição é preciosa: O cristão não tem heróis de quem é fã. Seus "heróis" são falhos, mas o Deus é perfeito. O que a História bíblica revela não são pessoas maravilhosas, isentas de erros, mas um Deus cuja perfeição e soberania ultrapassam todos os limites, e perpassa por entre os feitos humanos, rumo à concretização de Sua vontade.
Até o próximo capítulo...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Gênesis 26 – Fome, Providência e fé


Olá! Estamos de volta com mais lições no livro de Gênesis. Aproveite a leitura e que Deus te abençoe:

A História

Em Genesis 26 temos o registro da segunda grande fome nas proximidades da terra prometida. Abraão, movido pela primeira grande onda de fome, moveu seu acampamento rumo à terra dos filisteus e ao Egito. Agora é Isaque quem enfrentará estes desafios .

É a fome na terra que Deus usará como instrumento para que Isaque se mova de Beer-Laai-Roi, sua residência até então, rumo aos acontecimentos que servirão para Deus demonstrar sua providência. O primeiro impulso de Isaque parece ter sido o de descer até à terra do Egito. Deus lhe dirige a Palavra e lhe diz que ao Egito Isaque não deveria ir, mas permanecer na terra que lhe mostrasse.

Seguindo o argumento do texto, Deus pronuncia bênçãos por sobre a vida do Filho-herdeiro de Abraão. As bênçãos relativas à terra, descedência, presença divina e properidade estão presentes nesta ocasião como estiveram quando Deus se dirigiu a Abraão e o abençoou.

Diferente de seu Pai, a ordem dada a Isaque, e que exigiria uma resposta de fé, não foi para que saísse, mas para que permanecesse. A terra estava assolada pela fome, mas Deus lhe garantiu segurança e cuidado. Pela fé, Isaque permanece em Gerar. É importante notar que o termo hebraico que Moisés usa para registrar tanto a ordem divina, quando a disposição obediente de Isaque, traduzido para a nossa língua por “habitar”, significa “habitar como peregrino”. Deus lhe dizia que, ainda que para fugir da fome ele devesse morar em Gerar, terra dos Filisteus, ele não deveria fazer daquele povo sua pátria. Isaque deveria morar entre eles, sem se esquecer de sua condição nômade peregrina.

Lamentavelmente Isaque em seguida resolve agir tal como seu pai e mente a respeito da esposa. A cena é tão irônica que Isaque mente com a mesma mentira que seu pai mentiu, chamando a esposa de “irmã”, e o faz ao mesmo homem que sei pai fez! Ambos tiveram a mesma experiência com o mesmo Abimeleque, rei de Gerar. Aqui cabe lembrar que o texto relata que Isaque temeu por sua vida, pois os homens poderiam cobiçar sua esposa e mata-lo. Ele temeu... homens...! O temor de homens, oposto parasita do temor de Deus é causa de muitos atos desobedientes e pecaminosos de nossa parte. Foi o temor de homens, aprendido de seu pai, que levou Isaque a arriscar a dignidade de sua espoas e a honra do rei de Gerar.

Deus, em demonstração de infinita misericórdia e graça, mais uma vez livra Abimeleque da desonra. Desta feita, o Rei não foi advertido em sonho, mas numa estranha “coincidência”, Um olhar pela janela revelou intimidades entre Isaque e Rebeca que apontavam para uma relação próxima do que a existente entre irmãos. Chegando à óbvia conclusão, Abimeleque confrontou Isaque com a verdade. Envergonhado, mas arrependido, Isaque assume que sua farsa fora descoberta.

Mesmo em meio à confusão em que se meteu, Deus, em graça, o abençoa. Ele semeia na terra dos filisteus e colhe com abundância tal que lhe rendeu riquezas e mais riquezas. Sua fartura é descrita brevemente com uma indicação de que suas posses eram mui numerosas, mas a maior prova desta grande riqueza fora o fato do rei lhe convidar a se retirar de Gerar, pois era homem sobremodo rico, e portanto, despertava grande inveja entre os filisteus. Sua situação lembra a de muitos estrangeiros residentes da capital de São Paulo, onde muitos tem tido a experiência de enriquecer em solo paulistano, ao passo que muitos dos residentes da cidade padecem da pobreza... Não é uma regra que valha para todos, mas acontece...

Após isto, o texto registra as contantes implicâncias do povo filisteu com Isaque com respeito aos poços. Na região em que estavam, ter um poço era a única maneira de garantir um mínimo de conforto, por causa da ausência crônica de água, e porque os poços eram indicativos que cidades estariam próximas, pois com eles, a vida era possível.

No mesmo dia em que o poço com boa água é descoberto, é o dia em que Abimelque e Isaque selam um acordo de paz. O juramento é feito desde antemanhã, e o poço descoberto naquele dia recebe seu nome por causa do juramento. A Palavra hebraica para juramento é “Shebá”. Beer é a palavra hebraica para poço. Isaque agora habitará em paz junto ao poço do juramento, ou, se preferir, junto a Berseba.

Lições de providência:

Deus foi providente levando Isaque a Gerar: Foi nesta cidade que Isaque prosperou e enriqueceu-se em tempos de crise. Deus moveu as circusntâncias para que Isaque fosse parar lá. Em Sua providência, Deus fazia com que todas as coisas cooperassem para o bem de Isaque. Sua ida para a cidade de Gerar não foi acidental, Deus estava no controle de tudo, agindo providencialmente.

Deus foi providente livrando Isaque de Abimeleque: A mentira de Isaque poderia ter tido consequências devastadoras para sua família. Não foi a sorte ou a coincidência que fizeram com que o Rei olhasse para a janela bem na hora que Isaque brinca com sua esposa. Assim aconteceu porque Deus providenciou. Abimeleque foi avisado, como anteriormente também o foi, mas desta feita providencialmente.

Deus foi providente enriquecendo Isaque em tempos de Crise: A ação de Deus, livre das limitações das condições, levou Isaque a uma condição tal que o rei de Gerar lho pediu que se retirasse para longe, pois suas riquezas já superava as dos filisteus, causando-lhes forte inveja. Eram tempos ruins, mas Deus providenciou que Isaque se tornasse riquíssimo.

Deus foi providente dando lugar seguro para Isaque habitar: A terra era dos filisteus, e seus poços eram as únicas ferramentas naturais para proporcionar vida em um meio-ambiente tão hostil como a região o era. Mas ao conceder Reobote, o poço sobre o qual não houve contenda, Deus finalmente concedia um lugar seguro para Isaque e sua família habitar. Não obstante, Deus já havia agido providencialmente antes, mostrando seu cuidado protetor por Isaque.

Deus foi providente dando paz para Isaque e Abimeleque: Isaque poderia ter sido o proponente do acordo de paz, mas aprouve à providência divina levantar o rei filisteu, movendo seu coração em direção a Isaque, de modo que eles “cortaram uma aliança” de paz. Agora Isaque sabia que entre eles a paz reinava, e por um bom tempo foi assim.

Liçoes para nossa vida

Vemos agora o que este texto proporciona de lições que ultrapassam a barreira do tempo, servindo até hoje para edificação de nossa vida, a nós viventes do século 21:

A porção da história de Isaque, registrada no capítulo 26 de Gênesis nos ensina que Deus opera através de atos maus de homens bons. Deus não perdeu o controle ou ausentou-se de seu trono de comando quando seu servo Isaque metia a respeito de sua própria esposa. Na verdade, Deus operou providente em todas as circunstâncias, inclusive quando o servo de Deus agiu de maneira imprópria. Esta certeza não deve sair de nossos corações: Deus opera, e nem o pecado humano, com todas as suas devastadores consequências, é capaz de impedir a atuação divina.

Aprendemos também que Deus exerce sua providência apesar de qualquer circunstância ou vicissitude. Deus não depende de que as coisas estejam boas, circunstancialmente falando, para abençoar os Seus. Em meio a uma grande crise e fome na terra, Deus providenciou que Isaque se tornasse rico. A economia mundial não precisa melhorar, se Deus quiser operar providencialmente, ele irá, apesar de qualquer crise financeira mundial, apesar da doença ser aparentemente incurável, apesar de tudo... quando tudo diz que não, Sua voz nos encoraja a prosseguir, e seguimos, confiando numa providência divina que não carece de situação favorável para agir.

Uma outra lição a se destacar é que Deus requer fé pessoal de cada agente da aliança. As semelhanças entre as histórias de Abraão e Isaque são notáveis. A benção, a mentira sobre a esposa, o livramento, o enriquecimento, os estabelecimento e outros detalhes são bem próximos. Alguém poderia se perguntar, então, porque Isaque teve que passar por quase as mesmas coisas que seu Pai, Abraão? A resposta é simples: porque Isaque não era seu Pai! O que Abraão passou foi para exercício de sua fé! Isaque precisava ter sua própria experiência pessoal com Deus e exercer sua fé individualmente. Não se pode argumentar que a experiência paterna redunda necessariamente em aprendizado do filho. Embora aconteça, Deus requer fé pessoal. Isaque teve que fazer suas escolhas... poderia ter sido (deveria, podemos até dizer) diferente do que foi seu pai em muitos sentidos! Isaque fez a sua própria pública profissão de fé, porque fé é como salvação: individual.

E por último, destaco que Deus nos dá paz nesta terra mesmo nós estando sob a condição de peregrinos. Isaque ter riquezas e paz entre filisteus invejosos e não tementes a Deus não faz o menor sentido. Guerra, dor, angústia e tristeza é o que se espera como consquencia natural de uma vida vivida sob a queda e entre pecadores. Mas curiosamente, tanto Isaque quanto nós gozamos de períodos de grande calmaria, de momentos de intensa alegria e paz. Esta última condição é que deveria ser estranha a nós, uma vez que vivemos em um mundo que não nos conhece a nós, porque não conhece o Deus que nos salvou. Mas aprendemos que mesmo não pertencendo a esta conjuntura de coisas, não compartilhando da cosmovisão que nos cerca, é possível ter paz nesta terra. Isto não quer dizer que sempre a tenhamos, mas se a tivermos, é fruto da boa graça providente de Deus!

Espero que Deus se digne abençoar sua vida através desta singela exposição do texto de Gênesis! Até a próxima...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entendendo e acolhendo a bênção de Deus

Hoje vamos estudar o capítulo 25 do livro de Gênesis. É neste capítulo que encontramos a conhecida história em que Esaú, enganado por seu irmão, desprezou seus direitos de primogênito e os vendeu ao seu irmão gêmeo mais novo Jacó por um prato de lentilhas vermelhas.

Este é um texto curioso e rico. Para que as lições deste precioso texto sejam recebidas, precisamos conhece-lo melhor:

Em Gênesis 25 a trama da história da redenção está em transição. O personagem principal, que vinha colorindo os capítulos anteriores, Abraão, sai de cena e seu filho Isaque, por algum tempo é o protagonista. Agora somos apresentados aos seus filhos gêmeos e aos motivos que os fizeram ficar tantos anos separados, distantes um do outro física e emocionalmente. Para que estes gêmeos viessem a existir, 20 anos de oração foram necessários. O texto diz que Isaque casou-se com Rebeca aos 40, mas eles nasceram quando Isaque já tinha 60 anos.

Repare também em algumas curiosidades deste texto: Isaque é o pai de Jacó, que terá 12 filhos, que darão origem às mais que famosas 12 tribos de Israel. Ismael, irmão de Isaque, teve ele mesmo 12 filhos.

Isaque morava com sua família junto ao mesmo poço em que Agar fora abordada por Deus para que, em humilhação, retornasse à sua senhora Sara, mãe de Isaque.

Isaque, mesmo após um novo casamento de seu Pai Abraão com Quetura, permaneceu sendo o único herdeiro, tendo seus meio-irmãos despedidos para longe, conforme o início do capítulo 25 revela.

Alguns aspectos teológicos também devem ser ressaltados:

Neste capítulo encontramos o cumprimento imediato de uma profecia feita no capítulo 16 do livro de Genesis, quando do nascimento de Ismael Deus revelou que ele habitaria fronteiriço aos seus irmãos, sem, contudo, relacionar-se com eles em paz. O capítulo 25 registra como e onde Ismael e seus descendentes se fixaram, e um bom mapa regional mostrará que as cidades circunvizinhas tinham os nomes de seus filhos.

Este registro é feito para que se confirme que a Palavra de Deus é fiel, e jamais ela volta vazia, pois, uma vez mais aquela família ouvirá da parte de Deus uma profecia. Eles estavam diante do cumprimento das profecias proferidas anos antes, e a fé deles deveria se reacender e firmar diante da nova profecia que recebiam, por meio de Rebeca que, após reclamar de seu destino como mãe, recebe a informação que seu filho mais moço seria senhor do mais velho. Para surpresa deles, eram gêmeos os bebês a quem se referia a profecia divina.

Esaú, cujo nome parece ter alguma coisa que indique sua condição de nascimento: seu corpo coberto de pêlos, e Jacó, reconhecido pela mão presa ao calcanhar do irmão que nasceu primeiro que ele, cujo significado pode ser "aquele que segura o calcanhar" ou "aquele que segue", são os filhos de Isaque, aqui apresentados à trama da redenção, que está sendo desenhada através da história.

É curioso ressaltar que as palavras hebraicas para Adão, Edom e Vermelho tem a mesma raíz. Isto significa que seus campos semânticos se cruzam, e seus significados são mui próximos.

Gastemos um tempo meditando sobre dois aspectos. O primeiro com respeito ao desprezo de Esaú e o segundo com respeito às lições gerais que este texto trás:

O desprezo de Esaú:

Ele desprezou a comida: Literalmente, Esaú chamou o cozinhado vermelho de Jacó de "coisa vermelha". Ele não se deu ao trabalho de elogiar o saboroso aroma da refeição, nem em agradecer a presença de seu irmão ali, em seu caminho, como uma providência de Deus para sua fome. Ao contrário, avacalhou o cozido, e se fosse hoje, pense na situação de uma esposa que carinhosamente prepara o alimento, poe-no à mesa e diante das delícias preparadas, ouve seu insensível marido dizer: Passa a "gororoba" pra cá!

Ele desprezou o serviço os outros: Esaú exagera a sua condição de trabalhador. Disse que estava a ponto de morrer... De trabalhar ninguém morre! De fazer nada, até pode ser... Mas certamente, Esaú enxergou que sua condição de cansaço era única no mundo, ou pelo menos, em comparação aos mais próximos, ninguém merecia mais do que ele aquela comida. Sabe a pessoa que, é só perguntar como vai o trabalho, que sua resposta parece indicar que ele é a pessoa que mais trabalha no mundo, que seu cansaço é enorme e um dia isto pode ceifar sua vida? Pois então... Este é Esaú!

Ele desprezou o serviço prestado. O texto registra em forma de "stacato" como Esaú recebeu a refeição. Ele comeu, bebeu, levantou-se e saiu. Rude e grosseiro, ele empanturrou-se e retirou-se. É certo que Jacó vendeu bem caro aquele prato, mas ao que o texto indica, não foi tão difícil para Esaú pagar! Entretanto, a maneira como Esaú recebeu o alimento é muito semelhante a muitos homens igualmente rudes e grosseiros que impõe que sua esposa lhe sirva o prato à mesa, perfeitamente montado, quente e delicioso, para comer, beber, levantar-se e sair.... sem gratidão, sem elogios, sem nada...

Ele desprezou seu direito. Por fim, o texto se encerra condenando a maneira desleixada com que Esaú lida com seu direito de filho mais velho. Nesta condição, conforme o costume antigo, o filho mais velho tinha direito à porção dobrada da herança. Se um pai tivesse 6 filhos, a herança era divida em 6 parte iguais. O filho mais velho tinha direito a duas porções e os outros 5 filhos dividiriam as 4 porções restantes. No caso de haverem dois filhos, como era o caso de Esaú e Jacó, a herança era divida em dois e como o mais velho tinha direito à porção dobrada, ele ficaria com tudo. Era seu direito e privilégio herdar tudo. Ele, Esaú, seria o responsável, quem sabe, de sustentar seu irmão, de manter e aumentar as riquezas da família... era um grande privilégio exercer este direito, e Esaú não deu a mínima importância e o vendeu a troco de um guisa vermelho como seus cabelos (daí Edom: vermelho)

Jacó, pior que seu irmão, se aproveitou de um momento de fraqueza física e espiritual de seu irmão e tirou proveito para si. Embora Jacó parece ser um detalhe, é justamente este detalhe que fez toda a diferença, para o mau...

Lições gerais:

Deus detesta quem recebe suas bênçãos com desprezo. Cuidado! Deus nos abençoa com toda a sorte de bençãos espirituais, e nem sempre é possível encontrar gratidão no nosso coração! Se já faz algum tempo que você não conta as bençãos e as diz de uma vez, ficarás supreso o quanto Deus já fez! Vigiemos e agradeçamos ao Deus de imensa bondade!

A eleição é fruto do amor divino. Nada em nós motiva o Senhor nos amar! Há, ainda, quem pense merecer de Deus alguma coisa. Repare que o amado do senhor era Jacó, que sordidamente levou para si os direitos do irmão. Jacó e Esaú ainda não eram gêmeos nascidos, nem tinham praticado bem ou mal, e Deus resolveu que Esaú seria objeto de seu ódio, ao passo que Jacó seria objeto do seu amor. Deus assim o quis e assim fez. Nada neles fez que Deus mudasse de idéia. Nenhum dos dois merecia coisa alguma, como nós. Se recebemos, é pela graça, e tão somente por isso. Não é de se estranhar que, na história, a eleição seja reconhecida como uma doutrina da graça!

O amor em família deve ser fruto de expressão e não de necessidade. Jacó era o amado de sua mãe. Ele habitava em tendas e por isso era o filho mais próximo de sua mãe. Ele se assemelhava àquele filho mais novo, ou "temporão" que fica mais tempo no lar após seus irmãos mais velhos terem se casado. Seu companheiros e "meiguice" podem ter sidos os motivos que levaram Rebeca a depositar seu amor por sobre ele. Isaque amava mais a Esaú porque se saboreva do resultado de sua caça! Os motivos pra amar um filho deveriam ser expressões de gratidão a Deus pela benção de tê-los, uma expressão do amor de Deus que é derramado em nossos corações... mas muitas famílias encontram motivos egoístas para justificarem seu amor pelos filhos! "Eu te amo porque você nunca me deu trabalho..." foi a frase que ouvi na televisão vinda de um pai que pensava declarar seu amor mais sincero à sua filha querida, mas na verdade, em sua sinceridade, declarou seu amor a si mesmo, como que diz que se seu conforto tivesse sido transtornado, seu amor diminuiria consideravelmente!

Oportunidades devem ser usadas para abençoar e não para tirar proveito próprio. Jacó pegou o irmão num momento de fraqueza. Não é incomum ver irmãos aproveitarem os momentos de dor, de perda, de queda, de falha para machucar, espezinhar, malhar, ou então tirar algum benefício pessoal da condição do outro. tal coisa não deve existir dentro da igreja jamais! Lembremos que Jacó perdeu uma oportunidade de serviço e de ser benção na vida do irmão, antes, se aproveitou para tirar para si proveito da situação. Use as oportunidades que Deus concede para ser um instrumento de bênção, e sempre considere seus irmãos em honra, preferindo-os à si próprio!

Deus abençoe e até a próxima!