Na semana passada pudemos estudar os capítulos 27 e 28 do livro de Gênesis. Sob o título eleição, providência e soberania, relembramos a história da bênção que fora concedida a Jacó no lugar de a ser para Esaú, o primogênito.
O que vimos?
Vimos que Isaque, pai dos gêmeos, pede seu prato favorito. O texto parece indicar que Isaque estava padecendo de alguma enfermidade que o fez pensar que seu tempo estava no fim. Rebeca, a mãe, ouve o pedido do velho Isaque e dá início à trama, pois uma clara divisão familiar se delineia no texto: Isaque tinha uma clara predileção por Esaú, enquanto Rebeca tinha mais apreço por Jacó.
à princípio Jacó duvida de que o plano materno dê certo, pois teme que no lugar de receber a bênção do pai, pela tetantiva de engano, seria duramente amaldiçoado. Exortado a confiar na sagacidade da mãe, Jacó dá continuidade ao plano. Esaú tinha saído para caçar o alimento para o pai, e enquanto isso Jacó prepara um guisado com o que já tinha por perto. Uma caçada como a que saiu para empreender Esaú poderia tomar mais que um dia inteiro. Tempo mais que suficiente para que Jacó e sua mãe enganassem o pai, Isaque.
Quanto tudo estava pronto e Jacó entra na tenda de Isaque, a cegueira do velho o impediu de reconhecer a Jacó, embora pela voz o tenha identificado à princípio. Insistindo Jacó ser Esaú, o pai confere a pela de ovelha amarrada aos braços e pescoço. O prato é servido e Isaque se delicia com o alimento, pede que o filho se aproxime para um beijo fraterno, aspira o odor das roupas de Esaú, com as quais Jacó estava vestido, e promulga a tão esperada bênção.
Logo em seguida chega Esaú. A fraude é descoberta e por mais que Esaú rogue com grandes rogos por mais uma benção, Isaque invoca uma espécie de "maldição". Irritado e entristecido, Esaú jura de morte a seu irmão Jacó.
Na sequencia, o relato bíblico nos diz que Rebeca, se valendo de seu mau costume, mais uma vez ouve a conversa e trama mais uma vez. Racionalizando seus verdadeiros motivos, convence a Isaque que envie Jacó numa jornada rumo à casa de seus parentes para que não faça como Esaú e se case com alguma filha da terra em que habitavam. Jacó é enviado a Padã-Arã. Esaú piora seu estado casando-se novamente, desta vez com uma parenta de Ismael, irmão de seu Pai.
Jacó acampa num lugar chamado Luz e recebe uma visão, a famosa visão da Escada. Jacó batiza o local de "Casa de Deus", que o que significa Betel.
Comparações providenciais
Repare que assim como Abraão, de Isaque saíram duas grandes nações. Seus filhos foram os cabeças de povos. De Abraão saíram os povos filhos de Ismael e Isaque. Do escolhido Isaque saíram os povos referentes a Esaú (Edom) e Jacó (Israel).
Outras questões nos saltaram aos olhos, como por exemplo, a seguinte relação: Sara, esposa de Abraão, bela e santa, era estéril. A beleza de Rebeca também chamou a atenção, e esta, esposa de Isaque, também era estéril. Muitos anos depois teremos Maria, esposa de José, era virgem. O que estas três têm em comum? Filhos! Em todos os casos houve a ação sobrenatural de Deus, necessária para o prosseguimento do plano redentivo!
Uma outra coisa a se notar é a história que cerca os primogênitos e a divina eleição: Abraão e seu primogênito geram uma história controversa. Seu primogênito não eleito, Ismael, e curiosamente, seu também primogênito Isaque. Mães diferentes, mesmo pai, ambos primogênitos... E Isaque? Também possui história controversa: Seus gêmeos nasceram, mas a Esaú coube a primogenitura. Esta foi vendido a preço de lentilhas, e Jacó, primogênito por contrato, recebe a bênção do primogênito. Em ambos os casos, de Abraão e Isaque, o mais novo foi aquele que o Senhor elegeu para servir como seu agente pactual. Algo importante a se notar, uma vez que a prioridade e a honra sempre ficavam por conta do primeiro filho! Estes casos revelam a soberana Eleição que Deus faz (Romanos 9.10-16).
Lição para nós:
O Deus redentor é um Deus que intervém. Não fora Deus ter agido, não haveria descedência messiânica.
O mundo se divide somente em duas linhagens gerais: perdidos e salvos. curiosa, mas providencialmente, Os dois primeiros patriarcas tiveram dois filhos, e uma clara diferenciação foi feita: um era eleito, agente do pacto; o outro não!
A eleição acontece apesar de nós, e não por nossa causa. A eleição é pela graça e não depende de nossas ações, ou fé, ou qualquer coisa que o valha. Se observamos bem, os eleitos não "valhiam grande coisa", mas Deus os escolheu para lapidar a fé, o comportamente e a moralidade deles.
O Senhor governa soberanamente a História apesar das falhas da humanidade pecadora. Deus não refaz seus planos à partir de nossas astúcias. O que fica bem claro é que os acontecimentos, tortos ou acertados, manchados pelo pecado muitas vezes, cooperaram maravilhosamente para que o desígnio de Deus se mantivesse e sua vontade chegasse à bom termo.
A fé não tem heróis perfeitos. Esta última lição é preciosa: O cristão não tem heróis de quem é fã. Seus "heróis" são falhos, mas o Deus é perfeito. O que a História bíblica revela não são pessoas maravilhosas, isentas de erros, mas um Deus cuja perfeição e soberania ultrapassam todos os limites, e perpassa por entre os feitos humanos, rumo à concretização de Sua vontade.
Até o próximo capítulo...
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