segunda-feira, 26 de julho de 2010

Consumido pelo Consumismo

"Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida (ITm 6. 17-19)."
Como é bom comprar!
Como é bom poder sair às compras e ver que se pode gastar o quanto se quer!
Imaginemos não ter um limite tão apertado num cartão de crédito!
Comprar, comprar, comprar...
Por mais que uma pessoa viva numa situação financeira difícil, procura de todas as formas, adquirir aquilo que tanto deseja, mesmo que isso lhe traga frustrações futuras como, por exemplo, não saber como pagar.
Essa é uma das características que marcam o pós-modernismo.
Somos avaliados pelo que temos, e não pelo que somos. Frequentemente, nos sacrificamos porque queremos, a todo o custo, uma identificação com um meio que nos exige a toda hora e, apelativamente, a prova de que também podemos ter. Essa é uma das armadilhas do pós-modernismo: o consumismo.
Mas o consumismo ou o desejo obsessivo de possuir, também revela algo preocupante para o qual nem sempre estamos atentos, qual seja, o prazer de viver um existencialismo que nos tira qualquer preocupação com o amanhã. O que importa é o agora, o hoje. Precisamos esgotar todas as formas de prazer no agora. O pós-modernismo traz em si a sensação de que se eu não aproveitar a vida agora, não posso alcançar a felicidade porque, para o homem pós-moderno, ninguém pode ser feliz por completo. A felicidade é apenas um estado de espírito que rapidamente vem e vai, deixando a sensação de vazio e frustração.
Diante disso, nossos ouvidos e olhos são bombardeados diariamente por propagandas que nos convencem a comprar, comprar e comprar.
Acontece, porém, que esta tendência tem minado também a nossa forma de vivermos para Deus. Sim, porque na sociedade de hoje, tudo é descartável. Queremos momentos prazerosos que nos tragam, a qualquer custo, muitas emoções; que façam com que nos esqueçamos de nossas fraquezas espirituais, nossa mediocridade no culto a Deus. Podemos afirmar que essa ideia de consumismo tem afetado negativamente nossos cultos. Queremos novidades e que elas, de preferência, nos emocione. Não temos paciência com formalidades. Quanto mais livre melhor. Deus passa a ser apenas amor e, se Deus é amor, jamais disciplinaria alguém. Não há, portanto, razão para uma mudança radical de vida. O importante é que eu frequente uma igreja que me faça bem e que não interfira na minha forma descompromissada de viver.
Certamente, isso é também um tipo de consumismo porque, segundo o significado da própria palavra, o que compro hoje, amanhã pode não mais ter valor algum. Na igreja também, o que ouço hoje, não serve para "o domingo que vem”. É preciso sempre inovar.
Mas por que isso é tão preocupante?
É preocupante porque temos nos esquecido de voltar à Bíblia todos os dias, a fim de buscarmos nela lições que ficaram, muitas vezes, abandonadas ou sufocadas nos nossos interesses pessoais. Esquecemos que a razão da nossa existência é viver para Deus. Tudo o que fazemos ou pensamos, ou mesmo adquirimos, vem de Deus.
Portanto, necessário se faz um despertar urgente para aquela velha-nova verdade que nos ensina que “quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”(I Cor 10.31).
O próprio Senhor Jesus deixou bem claro em Mateus 6.25-34 que não devemos andar ansiosos pela nossa vida quanto ao que havemos de comer ou beber ou mesmo vestir.
Por isso, estejamos felizes com o que o Senhor tem nos oferecido diariamente. Nossa vida deve ser conduzida segundo os princípios revelados na palavra de Deus.
Crendo assim, não seremos enredados por tendências e hábitos de uma sociedade corrompida e indiferente ao seu criador, que insiste numa existência sem rumo e marcada pelo prazer fugaz.

Seminarista Jair Quirino

Um comentário:

  1. E o pior que invés do mundo nos copiar é "nós" que copiamos o mundo, trazendo os costumes do mundo para a igreja.

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