terça-feira, 26 de maio de 2009

Todo Pensamento Cativo!

Você já deve ter se perguntado por que o blog carrega este nome. Existiria uma explicação convincente, que não fosse a luterana (i.e., que não tivesse sua origem em Lutero)? Na verdade, há! E ei-la aqui. O trecho a seguir, de R.K. McGregor Wright, vai lhe orientar a respeito:
O apóstolo Paulo usa uma expressão em 2 Coríntios 10.5 que capta perfeitamente o problema metodológico. Ele estava falando na área da ética da igreja, mas ela se aplica igualmente bem às outras três áreas básicas da epistemologia, teleologia e ontologia.


O crente não pode esperar agradar a Deus ou crescer em santidade sem “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Somente assim podemos desafiar consistentemente as fortalezas intelectuais erigidas pela mente pecaminosa, no seu esforço de apropriar-se daquilo da verdade de Deus que é conveniente para o seu programa, ao mesmo tempo em que suprime quaisquer partes que possam ameaçar sua autonomia. Uma vez que ela é reconhecida (na forma de uma proposição!), uma pressuposição se torna um “pensamento”sobre o qual Jesus Cristo reivindica senhorio.

Nós já fomos advertidos pelo apóstolo Paulo de que o mundo, em sua sabedoria, não conhece Deus (1Co 1-2) e que a comunhão com os ídolos é “comunhão com demônios”( 1Co 10.20-21). Quando Satanás disse aos nossos primeiros pais “certamente não morrereis”, ele estava proporcionando uma teoria competitiva, uma cosmovisão alternativa, para ser considerada por eles como estando em igualdade de condições com a cosmovisão revelada de Deus. O ponto de referência supremo havia sido mudado de Deus para o mundo. Houve uma relocalização da referência suprema. Para o restante da história da filosofia, sob a influência da teoria demoníaca, o intelecto humano oscilaria entre a unidade e a diversidade da experiência, nunca sendo capaz de se levantar acima do dilema do “homem de ânimo dobre, inconstante em seus caminhos”citado por Tiago 1.8.

Esse “homem de ânimo dobre”pode ser comparado ao Filho Pródigo, Tendo deixado a terra de seu Pai, ele pode ser visto remando a própria frágil canoa que ele fez, tentando cruzar as densas trevas do grande mar do ser-em-geral. A distância ele pode ver a luz vacilante e intermitente do grande farol da revelação proposicional, que seu Pai construiu para os viajantes perdidos no oceano sem rastros de mistério. A fim de estar seguro de sua direção, o herege deve afirmar os seus olhos nesse farol ao mesmo tempo em que afasta seus olhos cada vez mais de sua própria racionalidade e resistência. Logo ele inevitavelmente se porá no horizonte, e as trevas primevas circundantes serão completas.

Jônatas Abdias de Macedo
Publicado no Pensamento Cativo em 05/2008

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