quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Série: Ética na Igreja Parte 2


1.1 A Existência de Deus e sua importância ética

Afirmar a existência de um Deus que exige certo tipo de conduta dos homens pode ser altamente desconfortável para uma sociedade acostumada a estabelecer valores e padrões éticos partindo de si para si mesmos. Até um existencialista pôde ver tal absurdo.
Foi Jean Paul Sartre quem coloca que, se um ponto finito não tiver um ponto de referência infinito, torna-se sem sentido e absurdo. A menos que haja algum leitor que não se encaixe na categoria “finito” (me informe de imediato se for o caso), nos encaixamos na proposição do dito filósofo! Como Francis Shaeffer diz: “A finitude do homem é a sua limitação; ele não consegue ser um ponto de referência suficiente para si mesmo”. Mas há quem tente...
Por exemplo, Carl Marx negava a existência de quaisquer princípios eternos e imutáveis sobre os quais um sistema ético possa fundamentar-se, uma vez que as próprias idéias se encontram em contínuo estado de mudança. Não acreditava em princípios universais, pare ele os conceitos humanos do que seja certo ou errado são determinados pela estrutura econômica que eles formam a parte. Isto os acaba por levar a construir um sistema pragmático e totalmente corrompido.
A noção de Deus, eticamente falando, é aterradora por si só. Ela nos conduz inevitavelmente a “levá-lo em conta”, pois pedirá conta de nossas atitudes.
Como o mundo caminha caminhos tortos, diferentes dos propostos pelo bondoso Criador, sua estratégia focaliza-se nas constantes tentativas de “matar Deus”, como afirmou o já morto filósofo existencialista Friedrich Nietzsche, no poema O Louco.
Com Deus fora da arena do mundo, pode-se pensar, agir e falar qualquer coisa, pois o máximo que nos pode acontecer é virar-mos poeira cósmica. Mas isto não instila no coração de ninguém responsabilidade e compromisso com uma ética cristã, ou qualquer que seja.
Já a consideração de Deus força o coração rebelde a considerar seus caminhos e confrontar estes caminhos com o Caminho, a Verdade e Vida.
Não nos enganemos! Deus existe! Não como diz o matuto: “Deus existe em nossos corações”. Deus existe mesmo, e está aí, quer creias, quer não! Ele exige conformidade com sua lei. Esta conformidade é a ética que Deus exige!
Jesus reafirmou a necessidade de cumprir-se à risca a ética do Reino de Deus. Sem a consideração da existência de um Deus soberano, legislador, não há como estabelecer um padrão que valha para além do meu universo chamado “eu”. A ética só faz algum sentido real porque Deus existe!
Se não há Deus, Ficamos sem norte, sem rumo; sem Deus... Mas há um Deus, o Único e Suficiente, e com Ele, temos Cristo, e em Cristo, temos paz com Deus. Agora podemos agir com uma verdadeira ética coerente com a Palavra de Deus porque Ele envia seu Espírito Santo para em nós habitar e nos habilitar para toda boa obra.
Rev. Jônatas Abdias de Macedo

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