quarta-feira, 19 de maio de 2010

O mundo de hoje: Como palhoça na vinha!


As notícias divulgam a situação, e a coisa não está nada boa! Os fatos são chocantes, mas ninguém se choca!?! As cenas são cada vez mais indecentes, as palavras cada vez mais imorais e os atos cada vez mais insanos... mas ninguém reage, ninguém muda de canal, muda de assunto... muda de vida!

Há algumas semanas veio a notícia: mulher é assaltada diante de policiais dentro de uma delegacia! A explicação do chefe do posto policial local: "Acredito que os ladrões era de cidades vizinhas e, por isso, não sabiam que neste prédio funcionava um posto policial". Irônico ou lacônico? Como assim? O fato de não saber que lá haviam policiais não transformou a realidade de ser um posto policial, cheio de policiais... Mas advinha: ninguém fez nada! E pergunta reflexiva da mulher ainda ecoa: "A quem se queixar? Se agora até dentro da delegacia não estamos seguros e se pode ser assaltado? Reclamo para o bispo?" Interessante que um personagem do imaginário religioso brasileiro fosse levantado, não?!?!?

A partir desta notícia, note que haviam várias outras de cunho semelhante, e que as maldades criminosas vem sendo praticadas em plena luz diurna e ninguém reage, ajuda ou reclama...nada, simplesmente nada! Ficamos apáticos e assim permaneceremos!

Esta semana foi a vez de uma loja de jóias dentro de um shopping. Sem vergonha, mas com capuz (meias finas no rosto, na verdade) em 3 minutos ladrões entraram no shopping, assaltaram e joalheria e saíram. Advinha? Acertou! Nada, ninguém fez nada! Foi tão rápido como qualquer ida ao shopping: entrar, pegar, sair...
Ficamos com a impressão do caos, da anarquia. Ninguém gosta da sensação de desproteção que isto gera, mas este é juntamente o resultado da pretensa liberdade que o homem vem buscando: cada um faz o que quer, do jeito que quer e ninguém tem nada que ver com isso!

Estas e outras situações me lembram um trecho da profecia de Isaías. Não... não é isso! Se você pensou que Isaías previu estas coisas, não era isso que queria dizer! Antes, digo que Isaías viveu situação semelhante à nossa e registou o entendimento que Deus deu a ele da situação e de Sua ação Divina sobre a vida. Me refiro ao capítulo primeiro de seu livro: Isaías 1.7-8. Atente para estas palavras:

"A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos. A filha de Sião é deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinal, como cidade sitiada".

A choça ou palhoça era uma estrutura rudimentar para proteção contra o sol ou contra o sereno noturno. Era uma cabaninha feita de qualquer coisa mais próxima e era absolutamente descartável, de modo que, quando terminava o trabalho, ninguém se dava ao luxo de retornar à palhoça para desmontá-la. Ela ficava lá, abandonada, caindo, jogada... longe.

Era assim que Isaías, o profeta, via a situação de seu povo e nação: estamos como que escanteados. Inimigos comem nosso alimento na nossa frente, do nosso prato, e nem sequer reagimos - se indignava ele!

Assim nossos tempos me parecem! E ninguém nada faz...

Nem tudo é só desesperança. Note o verso subsequente:

"Se o Senhor dos Exercitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornada como Sodoma e semelhantes a Gomorra".

A Igreja de Cristo é a sobrevivente... não é?

Alguma voz deveria realmente alçar-se e dizer: ABSURDO! Mas nem isso temos ouvido. Temos ouvido brados de uma vitória que não vence o mundo, e que defende uma fé na fé (1 Jo 5.4). E por mais que isso também faça parte do pacote de absurdos do nosso tempo, ainda há quem queira VIVER neste mundo, sem o menor anseio do porvir! Viver aqui é viver conforme... Mas o texto bíblico é claro: O Senhor nos deixou alguns SOBREVIVENTES!

Esta semana me perguntaram: "E aí, está pronto para ir para a glória?" Mas antes que eu pudesse responder o interlocutor completou: "Mas vamos pedir para que demore um pouco, não..." Quando vi já tinha respondido: "Claro que não! Só se for agora! Que não demore: Maranata! Vem Senhor Jesus..." Como podemos pensar na glória que nos foi proposta em Cristo e ainda assim dizermos: "Não, espere! Aqui está bom e gostoso, quero ficar mais um pouquinho..."(?!?!!?!?!?)
Nada disso! Vem sem demora, oh Senhor! Vem buscar teu povo que por ti anseia! Nenhuma felicidade desta terra é comparável ao porvir... Mas como

1) Não temos certeza de nossa salvação;

2) Não somos bons servos da aliança, e portanto, não temos visto sinais de salvação nos nosso queridos (filhos, amigos e irmãos);

3) Não temos conhecido a glória revelada na Palavra e nos é proposta na Cruz;

4) Não temos o menor interesse nas coisas celestes, mas no prazer transitório e peculiar deste século;

5) Não achamos nada prático aspirar o céu e a companhia de Jesus;

6) Pensamos no céu como algo um pouco melhor que um belo hotel paradisíaco;

De fato, não há mesmo muitas outras formas de expressar nossa frágil fé senão nos conformarmos com este século! Estamos como choça na vinha, como palhoça no pepinal... o que mais nos espera!??