quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Procura-se: Velhos soldados para defenderem velhas verdades no Ano Novo


A igreja necessita grandemente de cristãos maduros, e especialmente quando há muitos novos convertidos sendo acrescentados a ela. Novos convertidos fornecem ímpeto à igreja, mas a sua espinha dorsal e a sua substância devem, sob Deus, repousar sobre os membros mais maduros.
Nós queremos os cristãos maduros no exército de Cristo fazendo o papel de veteranos, inspirando os demais com frieza, coragem e firmeza; porque se o exército inteiro for composto de recrutas inexperientes a tendência será que eles hesitem quando o assalto for mais feroz que o habitual.
A velha guarda, os homens que respiraram fumaça e comeram fogo anteriormente, não tremem quando a batalha se enfurece como uma tempestade. Eles podem até morrer, mas jamais se rendem. Quando eles ouvem o grito de "Avante," eles podem não avançar tão agilmente à frente como os soldados mais jovens, mas eles arrastam a artilharia pesada, e o seu avanço uma vez conquistado, é seguro. Eles não vacilam quando os tiros voam intensamente, porque eles se lembram de antigas batalhas em que Jeová cobriu suas cabeças. A igreja precisa, nestes dias de fragilidade e falta de compromisso, de crentes mais decididos, profundos, bem-instruídos e confirmados.
"A velha guarda, os homens que respiraram fumaça e comeram fogo anteriormente, não tremem quando a batalha se enfurece como uma tempestade. Eles podem até morrer, mas jamais se rendem."
Nós somos assaltados por todo tipo de doutrinas novas. A velha fé é atacada por assim-chamados “reformadores” que adorariam reformá-la completamente. Eu espero ouvir notícias de alguma doutrina nova uma vez por semana. Tão freqüentemente como a lua muda, um ou outro profeta é movido a propor alguma nova teoria, e acreditem, ele lutará mais bravamente por sua novidade do que jamais fez pelo Evangelho. O descobridor se acha um Lutero moderno, e da sua doutrina ele pensa como Davi pensou da espada de Golias: "Não há outra semelhante."*
"Tão freqüentemente como a lua muda, um ou outro profeta é movido a propor alguma nova teoria, e acreditem, ele lutará mais bravamente por sua novidade do que jamais fez pelo Evangelho."
Como Martinho Lutero disse de alguns nos seus dias, estes inventores de novas doutrinas encaram suas descobertas como uma vaca diante de um portão novo, como se não houvesse nada mais no mundo para se encarar. Eles esperam que todos nós fiquemos loucos por seus modismos e marchemos de acordo com o seu apito. Ao que nós damos ouvidos? Não, nem por uma hora.
Eles podem reunir uma tropa de recrutas inexperientes e conduzirem-nos para onde quiserem, mas para crentes confirmados eles soam suas cornetas em vão. Crianças correm atrás de qualquer brinquedo novo; em qualquer pequena apresentação de rua os garotos ficam todos excitados, boquiabertos; mas os seus pais têm trabalho por fazer, e suas mães têm outros assuntos em casa; aquele tambor e aquele apito não vão atraí-los.
"Eles podem reunir uma tropa de recrutas inexperientes e conduzirem-nos para onde quiserem, mas para crentes confirmados eles soam suas cornetas em vão."
Pela solidez da igreja, pela firmeza da fé, por sua defesa contra os recursivos ataques de hereges e infiéis, e pelo avanço permanente dela e a conquista de novas províncias para Cristo, nós não queremos apenas seu sangue jovem, quente, o qual esperamos que Deus sempre nos envie pois é de imensa utilidade e não poderíamos ficar sem. Mas nós também precisamos dos corações frios, firmes, bem-disciplinados e profundamente experimentados de homens que conhecem por experiência a verdade de Deus, e atém-se firmemente ao que aprenderam na escola de Cristo.
Que o Senhor nosso Deus nos envie muitos desses. Eles são extremamente necessários.

C.H. Spurgeon


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* N.T.: Referência a 1 Sm 21:9
Fonte: Trecho extraído do sermão Fruto Maduro pregado em 14 de Agosto de 1870.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Nem Papai Noel Escapou...

A banalização da espiritualidade chegou a píncaros mais elevados. O clima pseudo-fraternal que o natal comercial produz leva à frequente repetição de jargões que falam do "espírito natalino". Desta vez, foi a vez de "Papai Noel" virar um...

A cosmovisão pós-moderna tem proposto uma despersonalização de Deus. Deus e seu caráter pessoal foi desaparecendo aos poucos. Com o tempo, o Deus pessoal e criador, se tornou um deus distante, deísta. Este degenou-se num deus pessoalizado, ou seja: eu sou a pessoa deus, porque deus está em mim; até que por fim dilui-se no tudo e tornou-se nada: deus está em tudo... quando menos nos apercebemos, Deus se tornou uma força cósmica involutária a vagar pelo universo, muito pouco interessados nos afazeres humanos, até porque ele não passava de uma grande força.

Esta tendência ridicularizou-se. Agora é Papai Noel que não é mais uma pessoa. Ele que já é um intruso no conceito de natal e nada tem que ver com o natal cristão, embora seja abrigado em muitos lares que assim se chamam; Ele que é uma figura pagã e não colabora para trazer à memória incrédula o verdadeiro sentido do natal; Ele que estimula a mentira dos pais aos filhos que, frustrados, crescem e descobrem serem alvos de uma piada sem graça por anos, vitimados por aqueles em quem confiavam... Ele que é um ícone natalino popular, também levou as suas e não saiu ileso.

Conquanto o personagem tenha sido sempre fictício, ouvi recentemente de uma apresentadora de tv que "o papai noel é de fato o sentimento natalino que invade todos nós"; Adeus Papai Noel... Morreste como um dia pensaram ter matado Deus: não és mais uma pessoa, mas um sentimento, um "espírito Natalino", a vagar pelos natais perdidos de mentes humanas carentes de esperança!

Neste breve reflexão de Natal quero lembrar que nada há de especial nesta data. Naquela noite comum, sem ceia e sem luzes, nasceu o Salvador, em humildade e discrição.
Aproveito para lembrar: O natal sem Cristo carece de significado e quanto mais se tenta explicá-lo sem Jesus, mais estranho a coisa fica. Daqui a pouco as igrejas correrão o risco de esquecerem porque comemoram o natal, as festividades natalinas um dia poderão esquecer-se de mencionar o fato, e quando menos nos apercebermos...

Bom, caros leitores; Deus, que é tri-pessoal, em Cristo, Deus encarnado, Pessoa, homem como nós e Deus como Deus; nos dê graça para suportarmos os dias maus, quando o amor se esfria e a memória se esquece!

Jesus Cristo encarnou-se, e se há alguma coisa a comemorar, é a graça de Deus revelada na encarnação, que humilhando o Salvador, glorificou a carne enferma pelo pecado, trazendo salvação e luz. Não subestime a manjedoura! Nela dormia o Redentor dos homens, Deus encarnado. Sem esta lembrança, comemorando ou não o natal, a VIDA passa sem sentido, mas não sem rumo! Mude o rumo de sua vida, se arrume e, com Cristo Jesus, sigamos rumo aos céus!