quinta-feira, 28 de maio de 2009

Qual é o problema em gostar um pouco de pornografia?

Afinal, o que é pornografia mesmo?
Alguém já disse que é mais fácil reconhecer a pornografia do que defini-la. Os dicionários nos dizem que pornografia é o caráter imoral ou obsceno de uma publicação. Material pornográfico é aquele que descreve ou retrata atos ou episódios obscenos ou imorais. Essas definições não ajudam muito pois conceitos como "obscenos" e "imorais" são bastante subjetivos no mundo de hoje. Classificar material pornográfico em "soft" (nudez e sexo implícito) e "hardcore" (sexo explícito contendo cenas de degradação, violência e aberrações) só ajuda didaticamente. Para muitos, Playboy é uma revista pornográfica. Para outros, não. Entretanto, da perspectiva da ética bíblica, definição acima é mais que suficiente.

A popularidade da pornografia
É exatamente pela complexidade do assunto, agravado pela omissão de boa parte das igrejas no Brasil, que muitos evangélicos estão confusos quanto ao mesmo, e não poucos são viciados em alguma forma de pornografia. Aqui estão as minhas razões para essa constatação:
1) A tremenda popularidade da pornografia no mundo de hoje. Uma estatística de 1995 revelou que os americanos gastam mais em pornografia do que em
 Coca-Cola. Não é difícil de imaginar que a situação no Brasil não seria muito diferente. Até países antigamente fechados, como a China, em 1993 assistiu a uma enxurrada de material pornográfico em seus limites, após ter aberto, mesmo que um pouco, as suas fronteiras para receber ajuda estrangeira. Mensalmente, cerca de 8 milhões de cópias de revistas pornográficas circulam no Brasil. Em 1994 a venda de vídeos pornôs chegou perto de 500 milhões de dólares. Não é de se admirar que as locadoras reservam cada vez mais espaço nas prateleiras para vídeos pornôs. Segundo uma pesquisa, em 1992, 1 a cada 4 brasileiros assistiu a um filme de sexo explícito. O mesmo fizeram 13% das mulheres entrevistadas. Em 1995 esse número dobrou para os homens e aumentou um pouco em relação às mulheres.
2) A imensa facilidade para se conseguir material pornográfico no mundo de hoje. Como na maioria dos demais países "civilizados" (uma conhecida exceção é o Irã) material pornográfico pode ser encontrado e consumido facilmente no Brasil em diversas formas: cinema, canais abertos de televisão, televisão a cabo e no sistema "pay-per-view", Internet, fitas de vídeo, CD-ROMs com material pornográfico, gravuras, exposições de arte erótica, livros, revistas e vídeogames, entre outros. Parece não haver fim à criatividade do homem em utilizar-se dos avanços tecnológicos para a difusão da pornografia. Como disse o escritor francês Restif de la Bretone no século 18, "La dépravation suit le progrès des lumières" ("A depravação segue o progresso das luzes").

O que tem de mais em ver pornografia?
Muito embora os evangélicos em geral sejam contra a pornografia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão conscientes do perigo que ela representa. Menciono alguns deles em seguida:
1) Consumir deliberadamente material pornográfico é violar todos os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para proteger a família, a pureza e os valores morais. A própria palavra "pornografia" nos aponta esse realidade. Ela vem da palavra grega pornéia, que juntamente com mais outras 3 palavras (pornospornê e pornéuo) são usadas no Novo Testamento para a prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral. Freqüentemente essas palavras de raiz porn- aparecem em contextos ou associadas com outras palavras que especificam mais exatamente o tipo de impureza a que se referem: adultério, incesto, prostituição, fornicação, homossexualismo e lesbianismo. O Novo Testamento claramente condena a pornéia: ela é fruto da carne, procede do coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A pornografia explora exatamente essas coisas — adultério, prostituição, homossexualismo, sadomasoquismo, masturbação, sexo oral, penetrações com objetos e — pior de tudo — pornografia infantil, envolvendo crianças de até 4 anos de idade.
2) Consumir deliberadamente material pornográfico é contribuir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e que, não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado. Segundo um relatório oficial em 1986, a indústria pornográfica nos Estados Unidos é a terceira maior fonte de renda para o crime organizado, depois do jogo e das drogas, movimentando de 8 a 10 bilhões de dólares por ano. Acredito que o quadro é ainda pior hoje. A indústria da pornografia apoia e promove a indústria da prostituição e da exploração infantil. O dinheiro que pais de família gastam com pornografia deveria ir para o sustento de sua família. Alguns podem alegar que consomem apenas material soft contendo somente cenas de nudez — esquecendo que esse material é produzido pela mesma indústria ilegal que produz e distribui a pornografia infantil.

Pornografia e a escalada da violência
Não são poucos os relatórios feitos por comissões de pesquisadores que denunciam a estreita relação entre a pornografia e a crescente onda de estupros, assédio sexual e exploração infantil nos países "civilizados". Vários dos temas mais comuns em pornografia do tipo hardcore incluem cenas de seqüestro e estupro de mulheres, geralmente com espancamento e tortura, além de outras formas obscenas de degradação. A mensagem que a pornografia passa aos consumidores é que quando a mulher diz "não" na verdade está dizendo "sim", e que se o estuprador insistir, ela não somente aceitará como também passará a gostar. Assim, a violência contra a mulher é exposta como algo válido e normal. A mulher é vista como objeto sexual a ser usado ao bel-prazer dos homens.
Uma outra forma de hardcore é a pornografia infantil. Esse material exibe cenas de sexo envolvendo crianças e adolescentes. Em alguns casos, crianças aparecem assistindo a cenas de sexo oral por adultos, Noutras, são violentadas e estupradas por adultos. Noutras, fazem sexo entre si. Esse material ilegal, mórbido, desumano e obsceno está disponível pela Internet até mesmo em servidores estacionados em universidades federais, conforme denúncias de jornais em dias recentes. Grandes provedores têm seções onde usuários podem bater papo sobre sexo e trocar imagens de sexo explícito com crianças, algumas delas tão degradantes, segundo uma denúncia feito pelo Instituto Gutemberg em Julho de 1997, que faz da revista "Penetrações Profundas" uma publicação para freiras.
Associado com a pornografia hardcore está o surto de violência sexual contra as mulheres e crianças nas sociedades modernas onde esse material pode ser obtido facilmente. Estudos por especialistas americanos mostram que existe uma estreita relação entre pornografia e a prática de crimes sexuais. Eles afirmam que 82% dos encarcerados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes admitiram que eram consumidores regulares de material pornográfico. O relatório oficial do chefe de polícia americano em 1991 diz: "Claramente a pornografia, quer com adultos ou crianças, é uma ferramenta insidiosa nas mãos dos pedofílicos [viciados em sexo com crianças]". A pornografia está estreitamente associada ao crescente número de estupros nos países civilizados. Só nos Estados Unidos, o número conhecido pela polícia cresceu 500% em menos de 30 anos, que corresponde ao aumento da popularidade e facilidade em se encontrar material pornográfico. Cerca de 86% dos condenados por estupro admitiram imitação direta das cenas pornográficas que assistiam regularmente.

Crentes "voyeurs"?
Há boas razões para acreditarmos que o número de evangélicos no Brasil que são viciados em pornografia é preocupante. Pesquisadores estimam que nos Estados Unidos cerca de 10% dos evangélicos estão afetados. Considerando que no Brasil a facilidade de se obter material pornográfico é a mesma — ou até maior — que nos Estados Unidos, considerando que a igreja evangélica brasileira não tem a mesma formação protestante histórica da sua irmã americana, considerando a falta de posição aberta e ativa das igrejas evangélicas brasileiras contra a pornografia, como acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que provavelmente mais que 10% dos evangélicos no Brasil são consumidores de pornografia. Talvez esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido que os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que muitos países de primeiro mundo, enchendo suas mentes com programas que promovem a violência e o erotismo, e assim abrindo brechas por onde a pornografia penetre e se enraize.
Mais preocupante ainda é a probabilidade de que grande parte desse percentual é de jovens evangélicos adolescentes. Uma pesquisa feita por Josh McDowell em 22 mil igrejas americanas revelou que 10% dos adolescentes havia aprendido o que sabiam sobre sexo em revistas pornográficas. 42% deles disse que nunca aprendeu qualquer coisa sobre o assunto da parte de seus pais. E outros 10% confessaram ter assistido a um filme de sexo explícito nos últimos 6 meses. Uma extrapolação, ainda que conservadora, para a realidade das igrejas brasileiras é de deixar pastores e pais em estado de alarma.
O escândalo envolvendo o pastor Jimmy Swaggart em 1988 revelou abertamente uma outra face do problema, que há pastores evangélicos que também são viciados em pornografia. Uma pesquisa feita em 1994 entre pastores evangélicos americanos revelou uma relação estreita entre o consumo de pornografia e a infidelidade conjugal. Por causa do receio de serem apanhados e de estragarem seus ministérios, muitos pastores optam por consumir pornografia como voyeurs a praticar o adultério de fato, embora alguns acabem eventualmente caindo na infidelidade prática. Quando eu me preparava para escrever esse ensaio, li diversos artigos sobre pornografia publicados em revistas americanas e européias de aconselhamento pastoral. Muitos deles são abertamente dirigidos para ajudar pastores viciados em pornografia.

Falta de decência
Infelizmente parece que estamos nos acostumando à falta de decência. Tornamo-nos como os pagãos. Temos a mesma atitude que eles têm para com a nudez e a exposição dos órgãos sexuais. A arqueologia revelou que em muitas das paredes dos templos pagãos cananitas, que foram destruídos pelos israelitas quando conquistaram a terra (Lv 26.1; Nm 33.52), havia desenhos de órgãos sexuais masculinos e femininos. Essas são as formas mais antigas de pornografia que conhecemos. Os cananitas aparentemente representavam os órgãos genitais nas paredes para excitar os adoradores e estimulá-los à prática da prostituição sagrada. Os israelitas, em contraste, tinham uma atitude totalmente diferente quanto à exposição dos órgãos sexuais. Em suas Escrituras Sagradas estava escrito que Deus cuidou em cobrir a nudez do primeiro casal após a queda (Gn 2:25; 3:7-10). Havia uma preocupação em que as vestimentas cobrissem os órgãos genitais, ao ponto de que havia uma determinação na lei de Moisés de que o sacerdote deveria ter cuidado para não subir as escadas do altar de forma a deixar que seus órgãos genitais ficassem expostos (Ex 20:26). Cão, o filho de Noé, foi condenado por ter visto a nudez de seu pai. A própria Bíblia se refere à genitália de forma reservada, usando às vezes eufemismos como "nudez" (Lv 18), "pele nua" (Ex 28.42), "membro viril" (Dt 23.1), "entre os pés" (Dt 28.57) e "parte indecorosa" (1 Co 12.23), só para citar alguns exemplos.

Podemos fazer alguma coisa, sim!
Acredito que os pastores e as igrejas evangélicas no Brasil podem fazer algumas coisas: ler os estudos e relatórios sobre os efeitos da pornografia feitos por comissões especializadas; pregar sobre o assunto e especialmente dar estudos para grupos de homens; desenvolver uma estratégia pastoral para ajudar os membros das igrejas que são adictos à pornografia; não esquecer que muitos pastores podem precisar de ajuda eles mesmos; criar comissões que se mobilizem ativamente contra a pornografia, utilizando-se dos dispositivos legais que o permitam (uma possibilidade é encorajar os políticos evangélicos a tomar posições bem definidas contra a pornografia); desenvolver uma abordagem que trate da sexualidade de forma bíblica, positiva e criativa; tratar desses temas desde cedo com os adolescentes da Igreja expondo o ensino bíblico de forma positiva; orar especificamente pelo problema.
Não estou pregando uma cruzada de moralização, embora evidentemente a igreja evangélica brasileira poderia tirar bastante proveito de uma. A pornografia é um mal de graves conseqüências espirituais e sociais embora não acredite que devamos fazer dela o inimigo público número 1, como algumas organizações moralistas e fundamentalistas dos Estados Unidos. Afinal das contas, a raiz desse problema — e de outros — é o coração depravado e corrompido do homem, que só pode ser mudado pelo Evangelho de Cristo. Hitler conseguiu em 4 anos banir da Alemanha todas as formas de pornografia e perversão e incutir na geração jovem de sua época a aspiração por altos valores morais e pela pureza da raça ariana. Os motivos eram errados e o projeto de Hitler acabou no desastre que conhecemos. Não acabaremos com a depravação moral somente com leis e discursos políticos. Jack Eckerd, um empresário milionário dono de um negócio que rendia mais de 2,5 milhões de dólares por ano, ao se converter a Cristo em 1986, determinou que todas as publicações pornográficas vendidas em suas 1.700 lojas fossem retiradas, mesmo que isso significasse a perda de alguns milhões de dólares anuais. Quando o coração é mudado as mudanças morais seguem atreladas.

Augustus Nicodemus Lopes
Publicado Originalmente no site da IPB

terça-feira, 26 de maio de 2009

Em defesa do culto doméstico

Ninguém estaria pronto a abrir mão do fato que Deus e a família são prioridades para nós. Entretanto, prontamente estamos abrindo mão deles na prática.
Alguns, pelo uso de uma exegese falaz do Salmo 84.3 que diz que a casa do pardal (o templo de Deus) é o altar de adoração do salmista, têm feito da casa de Deus sua casa e vivido a vida cristã somente dentro de suas paredes. Antes fosse verdade que a casa de Deus se tornasse nossa casa. Melhor seria se levássemos algo da casa de Deus para a nossa, e que essas tais coisas, não fossem fios do som, encordamento de instrumento ou objetos pequenos de uso geral, mas a preciosas verdades ali proclamadas.
Estamos prontos a admitir a necessidade e a validade do culto doméstico para a vida espiritual,  tanto nossa vida, quanto da igreja como um todo. Mas não há perceptível prontidão em pô-lo em prática. A quantidade de problemas espirituais, morais e éticos na igreja que o ateste...
Estamos, como sempre, prontos a concordar, na teoria, que a prática do culto doméstico é importante para o nosso relacionamento com Deus. Mas o que encontramos são pessoas aliviadas por estarem na igreja, só porque não estão no ambiente de sua casa. A casa é tão terrível, que a casa de Deus torna-se um abrigo anti-guerra. A menos que você seja o único cristão de sua casa, isso é inadmissível.
Lembremo-nos dos coletivos: reunião de cães? Matilha! Reunião de papéis? Resma! Reunião de uvas? Cacho! Reunião de abelhas? Enxame! Reunião de Cristãos? Igreja... A igreja não é aquele prédio construído especificamente para o povo de Deus se reunir. É, antes, a reunião do povo de Deus naquele loca, em qualquer local que seja. Com o devido respeito à língua materna, mas A IGREJA SOMOS NÓS!
Quando pai, mãe e filhos crentes se reúnem na sala, a igreja está lá, pois o quorum mínimo exigido para tanto (Mt 18.20) se faz presente. Nada impede o culto doméstico na presença do Deus de amor; a menos é claro que a reunião em questão seja apenas de pai, mãe e filhos membros de igreja e não cristãos de fato! É por isso que não dá para ir à igreja, têm que ser Igreja!
Que ninguém pense que tais palavras nascem de um coração que encontrou facilidade na implementação e manutenção do culto doméstico! Esta tarefa pesa sobre os nossos ombros cristãos, mas não é tarefa fácil.
Em tempo, ressalto que a dificuldade não provém da tarefa sobre nós imposta por Deus, pois seus mandamentos não são penosos ( I Jo 5.3); nem está distante de nossa capacidade como algo realmente difícil (Dt. 30.11). O que torna o mandamento, por vezes, impraticável, é nossa natureza decaída e tendente ao mal, rebelde contra os preceitos do Senhor, desejosa de indolente e pecaminosa quietude e falso descanso.
Não é difícil ver como sofremos porque desobedecemos preceito tão saudável à nossa vida espiritual. Mas, praticamente falando, preferimos não nos cansar e fatigar por alguns anos, depois de uma jornada cansativa de trabalho, para educar nossos filhos na lei do Senhor, ou gozar de momentos ímpares com nossos pares para desfrute da Palavra de Deus; mas padecer longos e intermináveis anos de angústia por ver nossos queridos afastados das pastagens verdes do Pastor Jesus. E aí, restar-nos-á somente as lágrimas...
Que fique claro que os culto domestico não é a resposta para todos os nossos problemas, nem é ele um redentor de nossos laços familiares quebrados. Mas é evidência de uma vida que aprendeu a vencer estes problemas e a reestabelecer estes laços.

Pastor Jônatas Abdias de Macedo
Publicado no Pensamento Cativo 07/2007

Todo Pensamento Cativo!

Você já deve ter se perguntado por que o blog carrega este nome. Existiria uma explicação convincente, que não fosse a luterana (i.e., que não tivesse sua origem em Lutero)? Na verdade, há! E ei-la aqui. O trecho a seguir, de R.K. McGregor Wright, vai lhe orientar a respeito:
O apóstolo Paulo usa uma expressão em 2 Coríntios 10.5 que capta perfeitamente o problema metodológico. Ele estava falando na área da ética da igreja, mas ela se aplica igualmente bem às outras três áreas básicas da epistemologia, teleologia e ontologia.


O crente não pode esperar agradar a Deus ou crescer em santidade sem “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Somente assim podemos desafiar consistentemente as fortalezas intelectuais erigidas pela mente pecaminosa, no seu esforço de apropriar-se daquilo da verdade de Deus que é conveniente para o seu programa, ao mesmo tempo em que suprime quaisquer partes que possam ameaçar sua autonomia. Uma vez que ela é reconhecida (na forma de uma proposição!), uma pressuposição se torna um “pensamento”sobre o qual Jesus Cristo reivindica senhorio.

Nós já fomos advertidos pelo apóstolo Paulo de que o mundo, em sua sabedoria, não conhece Deus (1Co 1-2) e que a comunhão com os ídolos é “comunhão com demônios”( 1Co 10.20-21). Quando Satanás disse aos nossos primeiros pais “certamente não morrereis”, ele estava proporcionando uma teoria competitiva, uma cosmovisão alternativa, para ser considerada por eles como estando em igualdade de condições com a cosmovisão revelada de Deus. O ponto de referência supremo havia sido mudado de Deus para o mundo. Houve uma relocalização da referência suprema. Para o restante da história da filosofia, sob a influência da teoria demoníaca, o intelecto humano oscilaria entre a unidade e a diversidade da experiência, nunca sendo capaz de se levantar acima do dilema do “homem de ânimo dobre, inconstante em seus caminhos”citado por Tiago 1.8.

Esse “homem de ânimo dobre”pode ser comparado ao Filho Pródigo, Tendo deixado a terra de seu Pai, ele pode ser visto remando a própria frágil canoa que ele fez, tentando cruzar as densas trevas do grande mar do ser-em-geral. A distância ele pode ver a luz vacilante e intermitente do grande farol da revelação proposicional, que seu Pai construiu para os viajantes perdidos no oceano sem rastros de mistério. A fim de estar seguro de sua direção, o herege deve afirmar os seus olhos nesse farol ao mesmo tempo em que afasta seus olhos cada vez mais de sua própria racionalidade e resistência. Logo ele inevitavelmente se porá no horizonte, e as trevas primevas circundantes serão completas.

Jônatas Abdias de Macedo
Publicado no Pensamento Cativo em 05/2008

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mostrar às Crianças o que é Mais Importante


Vivemos em um tempo perigoso. O evangelismo moderno reduziu a mensagem e o propósito do evangelho. Muito do cristianismo evangélico se focaliza em levar as pessoas a fazerem a oração do pecador, de modo que sejam asseguradas de que irão ao céu. O âmago do evangelho é a glória de Deus. Ele é tão zeloso de sua própria glória (Is 42.8), que enviou seu único Filho para redimir pessoas corrompidas, indignas e pecadoras. O Filho era tão zeloso de sua própria glória, que orou expressando o desejo de que seus discípulos vissem a sua glória (Jo 17.24). A glória de Deus moveu o seu coração a escolher um povo (Rm 9.23). O âmago do evangelho é a glória de Deus. 
O propósito de Deus em estender sua graça às pessoas caídas é a sua glória. Deus é glorificado quando é valorizado acima de todas as coisas. Deus é glorificado quando é considerado um tesouro. Deus é glorificado quando é o nosso bem mais valioso. Deus é glorificado quando é nossa fonte de deleite. Deus é glorificado quando você mostra que Ele é o Ser mais maravilhoso e todo-suficiente no universo. O âmago do evangelho é a glória de Deus. Considere o Salmo 96: Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todas as terras. Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas.

Observe que a proclamação da salvação é uma proclamação da glória de Deus. Ele é tremendo; portanto, deve ser grandemente louvado. Deve ser temido acima de todos os deuses. Esplendor, glória e majestade lhe pertencem. Ele reina. Deus é glorioso, cheio de esplendor e majestade. Deus não existe para o homem; o homem existe para Deus. O evangelho de Jesus restaura o homem caído, corrompido, para que este seja um verdadeiro adorador de Deus. Estas verdades confirmam-se a si mesmas para os seus filhos. O Deus da Bíblia, o trino Deus, é o único, o supremo objeto de nossa adoração.

Lembra-se da parábola do reino, em Mateus 13.44? “O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.” Recorda o que o homem fez, ao encontrar o tesouro? Ele o escondeu novamente. Transbordante de alegria, ele foi e vendeu tudo, para comprar aquele campo e possuir o tesouro. Ele não vendeu tudo motivado por um senso de obrigação. Você pode imaginá-lo achando o tesouro e dizendo a si mesmo: você não sabia que eu acharia um tesouro naquele campo? Odeio quando isto acontece comigo! Agora, terei de vender todos os meus bens, de modo que possa comprar aquele campo idiota e possuir aquele tesouro”. É ilógico pensar que ele se desfez de tudo por um senso de dever. Motivado por um profundo senso de alegria, ele vendeu tudo o que tinha. O tesouro o deslumbrou.

Assim é o reino dos céus. Até que nossos filhos vejam a glória de Deus, na face de Jesus cristo; até que vejam que Ele é o Lírio dos Vales, a Brilhante Estrela da Manhã, o Único que é totalmente desejável; até que vejam e entendam que Ele é digno de abandonarmos tudo e que nada em toda a terra é mais importante do que conhecer e amar a Jesus, eles jamais O conhecerão, O amarão e O servirão. Podem até ser membros de igreja, ser cooperadores no acampamento de adolescentes, ou participar de viagens missionárias, mas, se não forem convencidos de que Cristo é o tesouro, jamais O conhecerão verdadeiramente. Você não pode superestimar a importância de mostrar aos seus filhos a glória de Deus. Se os seus filhos não sabem quem é Deus, como Ele pensa, o que Ele sente e por que faz o que faz, não terão qualquer motivo para encontrar gozo nEle, nenhuma razão para celebrar a sua bondade abundante, nenhuma base para achar satisfação nEle. Deleite em Deus não pode ocorrer em um vácuo intelectual. Seu cuidado em mostrar e revelar as maravilhas do glorioso ser de Deus é crucial para seus filhos.
Regozijo em Deus é o fruto do que você sabe ser verdadeiro a respeito dEle. O calor espiritual do gozo, deleite e admiração na face de Deus não pode acontecer em um vácuo conceitual.

Tedd Tripp

A Incapacidade da Vontade Humana

Está na esfera da vontade humana a capacidade de aceitar ou rejeitar o Senhor Jesus como Salvador? Visto que o evangelho é anunciado ao pecador e que o Espírito Santo o convence de sua condição de perdido, está no poder de sua própria vontade resistir ou render-se a Deus? As respostas destas perguntas definem nossa opinião a respeito da depravação do homem.

Todos os crentes concordam com o fato de que o homem é uma criatura caída. Mas, freqüentemente, é muito difícil determinar o que eles querem dizer ao utilizarem o vocábulo “caído”. A impressão geral parece ser esta: o homem não está mais na mesma condição em que saiu das mãos do Criador; ele está sujeito a enfermidades e herdou tendências perversas; mas, se empregar ao máximo as suas habilidades, o homem será, de alguma maneira, capaz de desfrutar o máximo da felicidade.

Oh! quão distante isso está da terrível verdade! Enfermidades, doenças e a morte física são apenas ninharias em comparação com os resultados morais e espirituais da Queda! Somente quando examinamos as Escrituras Sagradas, podemos obter alguma idéia correta a respeito da extensão dessa terrível calamidade. Quando dizemos que o homem é totalmente depravado, estamos afirmando que a entrada do pecado na constituição humana afetou todas as partes e todas as faculdades do homem. A depravação total significa que o homem, em seu corpo, alma e espírito, é escravo do pecado e servo de Satanás — está andando de acordo com “o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).

Não precisamos argumentar em favor desta verdade; é um fato comum da experiência dos homens. O homem é incapaz de atingir suas próprias aspirações e concretizar seus próprios ideais. Ele não pode fazer as coisas que gostaria de fazer. Existe uma incapacidade moral que o paralisa. Esta é uma prova de que ele não é um ser livre e que, ao contrário disso, é um escravo do pecado e de Satanás. “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos” (Jo 8.44).

O pecado é muito mais do que uma atitude ou uma série de atitudes; é a constituição do próprio homem. O pecado cega o entendimento, corrompe o coração e separa o homem de Deus. E a vontade do homem não escapou dos efeitos do pecado. A vontade está sob o domínio do pecado e de Satanás. Portanto, a vontade não é livre. Em resumo, as afeições amam e a vontade escolhe de acordo com o estado do coração; e, visto que este é enganoso e desesperadamente corrupto, mais do que todas as coisas, “não há quem entenda, não há quem busque a Deus” (Rm 3.11).

Arthur W. Pink

sábado, 23 de maio de 2009

Dia do Adoslescente Presbiteriano


Hoje na chácara dos nossos irmãos Franscico e Idenir a SAF e UPH proporcionaram para os nossos adolescentes um dia de estudo e bate-papo. O palestrante foi o nosso pastor, Rev. Jônatas, que abordou um assunto que custuma ser tabu em discuções familiares, quem dirá em igreja. Sim o assunto é este mesmo que você está pensando, com quatro letras, sendo uma delas "X". SEXO foi o assunto abordado, mas não como costuma ser e sim a luz do que as Escrituras dizem.
O que também nossos adolescentes experimentaram e aprenderam foi um método de "Pregação Informal", mas chamaremos oficialmente de HOMíLIA. Trata-se de uma atividade onde os participantes fazem perguntas anonimas ao palestrante e este tem como função responder biblicamente cada uma delas. Perguntas sobre tatuagens, piercings, casamento, predestinação e escatologia surgiram e foram respondidas uma a uma. Bom galera este foi o sábado dos nossos adolescentes. Feliz dia do Adolescentes Presbiterianos, Deus os abençoe.

Cartas do Diabo ao seu Sobrinho


Caros irmãos no dia 30 de maio as 19h30min será apresentada uma peça teatral muito divertida, baseada no livro de mesmo título de C. S. Lewis (autor de As Cronicas de Narnia). Trata- se de cartas escritas pelo Diabo ao seu sobrinho ensinado-o a maneira mais facil de enganar os crentes.

Não Percam!!!!!!!!! Convidem amigos e se divirtam

Entrada Franca